Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, apresentador do programa televisivo “Balanço Geral” (TV Bandeirantes), o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não aceitará o resultado das eleições se não for sua vitória. A declaração foi feita no momento em que Datena questionou Bolsonaro sobre a possibilidade de o PT, na figura de Fernando Haddad, vencer as eleições deste ano.
“As instituições militares aceitariam isso tacitamente?”, quis saber o apresentador, à frente de estrutura montada no quarto do hospital Albert Einstein onde Bolsonaro se recupera da facada que levou em 6 de setembro, em Juiz de Fora (MG).
“Eu não posso falar pelos comandantes militares.Respeito todos eles. Mas pelo que eu vejo nas ruas, eu não aceito o resultado das eleições diferente da minha eleição”, avisou Bolsonaro, dando início a um silêncio de poucos segundos, seguido pela réplica de Datena.
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“Isso é ponto de vista fechado?”, insistiu o apresentador. “Fechado…”, continuou Bolsonaro, agora interrompido. “Mas isso não é antidemocrático?”, devolveu Datena.
“Não é. Este é um sistema eleitoral que não existe em nenhum lugar no mundo!”, acrescentou o deputado.
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Para Bolsonaro, não há outro resultado plausível que não seja sua vitória. Mas ele mesmo apontou outra possibilidade. “Só na fraude. Não existe outra maneira a não ser na fraude”, afirmou o deputado, acrescentando ter maioria nas ruas.
Na entrevista a Datena, o candidato voltou a afirmar, sem apresentar provas ou indícios que sustentem a acusação, que pode haver fraude nas urnas eletrônicas. Bolsonaro tem repetido o discurso com a informação equivocada de que só a Venezuela também usa esse tipo de votação.
Além do Brasil, mais de outros 30 países usam as urnas eletrônicas, segundo o Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral (IDEA Internacional), com sede na Suécia. Canadá, Suíça, Austrália, Índia, Japão e Coreia do Sul são alguns desses países.
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