O programa do governo federal Bolsa Família não tem impacto relevante no combate à pobreza nas regiões metropolitanas. De acordo com reportagem de Marta Salomon, do jornal Folha de S. Paulo, mesmo que o volume de dinheiro repassado pelo programa seja grande, o impacto é menor do que em municípios pequenos e médios e de baixo desenvolvimento econômico no Norte e Nordeste.
"Os repasses acabam se diluindo porque o custo de vida também é maior” diz Rosani Cunha, secretária de Renda da Cidadania do Ministério do Desenvolvimento Social.
As regiões metropolitanas receberam R$ 1,3 bilhão dos R$ 6,5 bilhões pagos pelo Bolsa Família em 2005. São Paulo e as 38 cidades do entorno ficaram com R$ 238 milhões no ano base da pesquisa da economista Sonia Rocha.
A secretária responsável pelo programa federal disse que o governo estuda outras estratégias de combate à pobreza em São Paulo e nas demais regiões metropolitanas, mas descarta o pagamento de valores mais elevados aos seus habitantes. Segundo Rosani Cunha, o aumento poderia estimular a migração de pobres para as metrópoles.
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O ministério defende a redução da conta de luz para as populações pobres, por meio da regulamentação da tarifa social de energia. No momento, a principal estratégia é intensificar os programas de aumento da escolaridade, a capacitação profissional e a geração de renda da população cadastrada no Bolsa Família nas regiões metropolitanas.
"É uma boa notícia", disse Rosani Cunha sobre a redução do número de pobres em São Paulo. "Ainda que a queda da pobreza possa conviver com a manutenção da desigualdade de renda, que também precisamos combater", complementou.
A redução da pobreza em São Paulo contraria uma tendência de queda pouco expressiva do número de pobres nas regiões metropolitanas "Mantida essa tendência, é de se esperar que a queda nos níveis de pobreza continue a se dar de forma mais lenta nas grandes cidades", diz o texto, que aponta a pobreza metropolitana como um dos principais desafios do segundo mandato do presidente Lula.