O ministro da Defesa, Waldir Pires, descartou hoje a possibilidade de o Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) financiar parte dos recursos necessários para a compra da Varig pelos funcionários da empresa. "A possibilidade que o BNDES tem, e que o governo quer que ele cumpra, é de operar com a nova empresa que vai tocar a Varig. Uma empresa que tenha um cadastro bom, um cadastro possível de não conflitar com os regulamentos do BNDES", explicou.
De acordo com o ministro, caso o depósito de US$ 75 milhões seja feito, como determinou a Justiça do Rio, a empresa pode voltar a ter condições de receber o financiamento público. Vencedor do leilão da Varig, o consórcio NV Participações, formado por representante dos trabalhadores da companhia aérea, precisa pagar até amanhã (22) os US$ 75 milhões referentes à primeira parcela da compra.
Ontem (21), o presidente do BNDES, Demian Fiocca, disse que a instituição foi procurada pela NV Participações, com o intuito de buscar financiamentos para a recuperação de aeronaves. Fiocca ressaltou que não houve solicitação para que o BNDES entrasse "diretamente" para financiar a compra. "Financiar novos investimentos é o trabalho cotidiano do BNDES", afirmou Fiocca, acrescentando que o banco se dispôs a estudar o pedido.
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Ele deixou claro, entretanto, que a aprovação do plano de negócios a ser apresentado pela NV está sujeita a vários fatores. Entre els, a comprovação de sustentabilidade financeira e apresentação de garantias. Os trabalhadores terão, ainda, que revelar os nomes dos investidores parceiros no processo de reestruturação da Varig, dados que hoje estão em segredo, disse o executivo.
É crítica a situação da empresa. Os passageiros da Varig estão levando até 30 horas para chegar a destinos que não requerem mais do que duas ou três horas de viagem. Muitos deles precisam pernoitar em mais de um lugar à espera de realocação de suas conexões. E a situação está se agravando: até as 11h30 desta quarta-feira chegava a 162 o número de trechos de vôos cancelados, segundo a Infraero. Até o meio-dia, 53 vôos inteiros haviam sido cancelados.
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