De volta ao comando do PT após três meses de afastamento voluntário, o presidente do partido, Ricardo Berzoini (SP), admite que a legenda pode não ter candidatura própria e apoiar algum nome da coalizão nas eleições presidenciais de 2010.
“O PT não pode ter um comportamento presunçoso de achar que terá necessariamente candidato em 2010 nem abrir mão dessa possibilidade”, disse Berzoini em entrevista à Folha de S. Paulo.
“Dependendo da conjuntura política de 2010, pode ser interessante para o conjunto de forças políticas de esquerda, ou de centro com a esquerda, lançar um candidato para unificar e enfrentar o processo que, com certeza, será muito concorrido. O PT aposta no fortalecimento da coalizão”, emendou.
Berzoini esteve afastado da presidência do PT por causa do envolvimento de seu nome com a tentativa de compra do dossiê Vedoin. Ele voltou ao cargo depois de ser isentado pela Polícia Federal.
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Na entrevista à Folha, o deputado petista diz que o partido precisa ajudar a fortalecer a coalizão e criar condições para que o segundo governo Lula seja bem sucedido. “Além disso, temos de preparar o partido para um processo de produção de líderes que tenham condições de serem competitivos em
Um dos articuladores da campanha de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara, o presidente do PT considera importante evitar "fissuras graves para a coalizão no pós-eleição", referindo-se ao PCdoB e ao PSB, que apóiam a reeleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Berzoini admite que o derrotado na eleição da Câmara fique com um ministério. “Aldo já foi ministro [da Coordenação Política, entre 2004 e 2005] e pode voltar a ser ministro. Tem toda a legitimidade para tal. Arlindo é um quadro de primeira grandeza do PT e tem todas as condições para ser ministro”, disse.
O deputado também defende a aprovação de uma proposta de anistia para o deputado cassado José Dirceu (PT-SP). Acusado de ser um dos coordenadores do mensalão, Dirceu perdeu os direitos políticos, em 2005, por oito anos.
"Eu votaria pela anistia para ser coerente com o que eu já disse. O mandato ele não pode ter de volta. Mas os direitos eleitorais, pode. Não há razão nenhuma, na minha opinião, para manter a situação de exclusão dele da vida política do país, pois foi punido injustamente", afirmou.