O deputado eleito Ricardo Berzoini (SP) compareceu ontem (31/10) à reunião da Executiva Nacional do PT e afirmou que não renunciaria ao cargo de presidente da legenda até o término das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a compra de um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
Com a insistência de Berzoini em permanecer no posto, a cúpula petista definiu um calendário para o acerto interno da legenda, o que deve resultar na reforma radical da direção do partido, como quer o presidente Lula.
Caso Berzoini não renuncie até a próxima reunião do Diretório Nacional, marcada para os dias 25 e 26 de novembro, em São Paulo, somente o 4º Congresso do PT, em 2007, terá competência para examinar o assunto. Isso porque o congresso é a instância máxima de decisão do partido e só nele o estatuto poderá ser revisado para permitir a mudança da cúpula.
Até a solução do impasse sobre Berzoini, o comando do PT continuará interinamente nas mãos de Marco Aurélio Garcia.
Na primeira reunião da Executiva Nacional depois da vitória de Lula, os petistas também aprovaram uma resolução de três páginas com duras críticas a “setores” da oposição e da imprensa que estariam interferindo na montagem do novo governo.
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O documento afirma que a eleição de Lula foi uma resposta aos “setores conservadores e golpistas da oposição” e destaca que o PT, chamado a cumprir “papel crucial” no segundo mandato, fará um “profundo debate” sobre a crise que o atingiu nos últimos dois anos. (Renaro Cardozo)
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