Por meio de sua assessoria, o Banco do Brasil negou ontem ter feito operações irregulares no mercado financeiro com o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, como sustenta reportagem da revista Época deste fim de semana. Segundo a matéria, a CPI dos Correios tem fortes indícios de que o BB perdeu R$ 30,9 milhões em operações de “swap” cambial feitas com Funaro por meio de sua corretora São Paulo. O “swap” é uma espécie de seguro que investidores e empresas contratam no mercado para se proteger de uma eventual alta do dólar.
Investigações da CPI apontam o doleiro como o verdadeiro dono da empresa Guaranhuns, identificada como uma das intermediárias nos pagamentos do mensalão. Com base em um relatório sigiloso da CPI, Época afirma que o BB vendeu esses contratos a Funaro, por meio da corretora, cobrando uma taxa de juros mais baixa do que a praticada no mercado. Esses contratos teriam sido revendidos por ele a outras corretoras em condições mais favoráveis. Em 11 operações diferentes feitas em 2003, o doleiro teria ganhado R$ 30,9 milhões.
Por meio da Guaranhuns, o empresário Marcos Valério repassou R$ 6,5 milhões para o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PL), que renunciou em 1º de agosto para evitar a cassação.
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O Banco do Brasil informou ontem que opera no mercado de “swap” apenas por meio de corretoras e não tem como saber se Funaro realmente estava por trás de alguma das transações feitas com a corretora São Paulo. Ao todo, 25 empresas trabalham com o banco nesse mercado.
Ainda segundo a assessoria, os contratos de “swap” cambial têm pouca liquidez – ou seja, são pouco negociados no mercado – e, por isso, suas taxas podem apresentar grandes oscilações ao longo de um mesmo dia. Esse seria o motivo da diferença entre o valor pago pelo Banco do Brasil à corretora São Paulo e as taxas conseguidas pela empresa com outros investidores.
O BB afirma ainda que seu controle interno não detectou nenhuma irregularidade nas transações com a a corretora São Paulo, com quem trabalhou entre 2001 e 2004. De acordo com o banco, no ano de 2003 foram fechadas mais de 20 operações de “swap” envolvendo as duas partes, e elas resultaram em um ajuste positivo de R$ 5,3 milhões para o BB.
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