O Banco do Brasil anunciou hoje (9), em nota oficial, que comprou 49,99% do capital volante e 50% do capital social do Banco Votorantim pelo valor de R$ 4,2 bilhões. O negócio já era comentado no meio financeiro, especialmente após a fusão entre Itaú e Unibanco, em novembro. Depois dessa operação, o BB caiu da primeira para a segunda posição no ranking dos maiores bancos brasileiros.
A operação depende ainda de aprovação do Banco Central (BC). Segundo a instituição, o Votorantim é o sétimo maior banco do país, com R$ 81, 3 bilhões em ativos. Com a operação, os ativos do Banco do Brasil passarão a somar R$ 553,3 bilhões – volume insuficiente para retomar o posto de maior banco brasileiro. Após a fusão, Itaú-Unibanco possuem R$ 575 bilhões em ativos.
Segundo a Agência Brasil, dirigentes do BB e do Votorantim estão reunidos neste momento com o Ministério da Fazenda, explicando à pasta os detalhes da compra. Um documento conjunto enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelos bancos afirma que o negócio “objetiva o crescimento no longo prazo aliando duas instituições inteiramente brasileiras e de importância histórica”.
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De acordo com o comunicado, o BB comprou a parte do Votorantim para fortalecer sua atuação no financiamento a veículos, "mercado em que o Banco Votorantim atua com destacada especialização e rápido crescimento". "Além disso, a participação estratégica no Banco Votorantim fortalecerá ainda mais a atuação do BB nos outros segmentos como corporate banking e mercado de capitais", diz a nota, assinada pelo vice-presidente de Finanças, Mercado de Capitais e Relações com Investidores do BB, Aldo Luiz Mendes, e pelo diretor de Relações com Investidores do Votorantim, Milton Roberto Pereira.
A nota oficial coloca que, para o Votorantim, a aquisição por parte do Banco do Brasil "reforça e acelera a trajetória de crescimento do banco". Com o aporte financeiro, a instituição privada aumenta sua capacidade de distribuição de financiamento em todas suas áreas de atuação, afirmam as instituições financeiras. "A parceria criará grande valor futuro para o negócio financeiro, que é muito importante para o Grupo Votorantim."
A compra foi feita antes mesmo de a Medida Provisória (MP) 443/2008 passar a valer, que facilitaria o processo para BB e Caixa Econômica Federal (CEF) adquirirem ações de instituições financeiras em dificuldade. Em dezembro, o Senado aprovou com alterações a matéria, uma das medidas anticrise formulada pelo Ministério da Fazenda. Como houve alterações no texto, a MP terá que ser examinada novamente pela Câmara. (Mário Coelho)
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