O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou nesta segunda-feira que a Polícia Federal abrirá inquérito para investigar quem foi o autor da ilegal quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos da Costa. “Essa quebra de sigilo é séria, precisa ser apurada e vai ser apurada. O governo é o maior interessado nesta apuração”, afirmou Bastos.
A própria PF, que fez a proteção pessoal de Nildo logo após o depoimento dele à CPI dos Bingos, é uma das suspeitas, segundo o advogado do caseiro, de ter vazado as informações bancárias. Os registros do caseiro foram acessados às 20h58 da quinta-feira passada, horário em que ele estava na PF.
O caseiro teve seu sigilo revelado em reportagem no site da revista Época na sexta-feira à noite, um dia depois que ele confirmou, à CPI, ter visto o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, várias vezes na casa de ex-assessores dele da prefeitura de Ribeirão Preto. Na mansão alugada, seria realizada partilha de dinheiro ilegal e festas com garotas de programa.
Bastos disse que o vazamento de informações é “uma praga” no Brasil. “É uma coisa terrível que precisa ser combatida e coibida”, afirmou, referindo-se às acusações da oposição de que o governo teria tentado desacreditar o depoimento do caseiro.
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A reportagem da revista revelou que o caseiro havia recebido, desde o início do ano, R$ 38 mil em sua conta na Caixa Econômica Federal. Segundo o advogado de Francenildo, a matéria, baseada nos extratos bancários de Nildo, sugeriu que ele teria recebido dinheiro para depor contra o ministro.
Em coletiva à imprensa, o caseiro rechaçou essa hipótese. Disse que recebeu, na verdade, R$ 25 mil de seu pai biológico, interessado que ele deixasse de cobrar o reconhecimento da paternidade.
O ministro participou em São Paulo da destruição de produtos contrabandeados do empresário chinês Law Kin Chong.