O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou ontem (14) que a Polícia Federal (PF) pode não descobrir a origem do R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra de um dossiê contra o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB).
“A origem do dinheiro é difícil. A Polícia Federal está fazendo um trabalho minucioso, abrindo dezenas de pistas. Acredito que vá chegar a uma solução, mas pode não chegar também, isso faz parte da vida”, ressaltou.
Entretanto, o ministro defendeu que a maior parte da operação da PF já foi bem-sucedida, mesmo sem descobrir a origem do dinheiro.
“Não são todas as operações que dão certo, e, no fundamental, essa daqui já deu certo. Já se descobriram os autores, quem fez, como fez, quando fez. A origem do dinheiro algumas vezes não se consegue. Estamos torcendo, a Polícia Federal se sente emulada, desafiada. Era dinheiro vivo, o ideal era que tivesse havido uma confissão, não houve”, disse.
Sobre as acusações de que a PF teria atrasado as investigações sobre o dossiê por causa do período eleitoral, quando estourou o escândalo, Bastos apenas respondeu que “essas afirmações de que a PF estaria protegendo ou perseguindo alguém ou tentando encobrir são resultado dessas licenças poéticas que são normais numa campanha”.
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“Essas imputações se devem à paixão eleitoral. O fato é que, concretamente, o que aconteceu foi que a PF pegou o sujeito que vinha trazendo o dossiê de Cuiabá, pegou os rapazes, os caras, que estavam com o dinheiro, desvendou a cadeia causal, ficou sabendo em menos de um mês quem tinha participado daquilo tudo. Agora, não descobriu ainda a origem do dinheiro. Por quê? Porque a origem do dinheiro é difícil”, declarou. (Renaro Cardozo)
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