Depois de muita negociação e pouco resultado, a oposição conseguiu adiar para a semana que vem o depoimento do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Ele vai prestar esclarecimentos sobre o inquérito da Polícia Federal que apura a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
O ministro enviou hoje pela manhã um ofício ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pedindo para ser ouvido até o fim desta semana. Mas os oposicionistas argumentaram que teriam prejuízo em ouvir Bastos às vésperas da Semana Santa, período em que o Congresso fica praticamente vazio.
“A tendência é que esse depoimento seja adiado para a semana que vem porque não há consenso e as decisões aqui são coletivas”, afirmou Renan, frente ao impasse. Além do argumento do baixo quorum na semana do feriado, a oposição sustenta que é preciso ouvir o ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso antes do depoimento de Bastos.
Na contramão da oposição, o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), defendeu que Bastos seja ouvido ainda esta semana. “Adiar o depoimento para depois do feriado pode parecer que a oposição pretende desgastar politicamente o governo e a nossa intenção é apurar os fatos”, afirmou.
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Fora o impasse quanto à data do depoimento, os parlamentares ainda brigam para saber se o ministro vai falar no plenário ou na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Alguns oposicionistas defenderam que ele seja ouvido na CPI dos Bingos, hipótese considerada inaceitável pela base aliada.
O ministro decidiu antecipar sua ida ao Congresso depois que a revista Veja publicou, neste fim de semana, que ele teria ajudado o ex-ministro Antonio Palocci a tentar encobrir a responsabilidade pela violação do sigilo bancário do caseiro.