O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra dos sigilos telefônico e de e-mails e mensagens de dois suspeitos de serem intermediários de propina para o presidente Michel Temer. O ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures, conhecido como o “deputado da mala”, e o coronel João Baptista Lima, amigo do emedebista, tiveram seus sigilos quebrados, assim como Antonio Celso Grecco, antigo dono da Rodrimar, e Ricardo Mesquita, diretor da empresa.
Barroso já havia determinado a quebra do sigilo bancário de Temer. As decisões foram tomadas no mesmo dia, 27 de fevereiro, mas os casos envolvendo Rocha Loures, o coronel Lima e os executivos da Rodrimar só vieram a público nessa segunda-feira (12) pelo site do jornal O Globo.
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Todos são investigados no inquérito que apura a suspeita de pagamento de propina ao presidente e auxiliares em troca de benefícios para a Rodrimar, no porto de Santos, em um decreto presidencial. O ministro terá acesso a dados de 2013 a 2017 dos investigados.
A PF encontrou na casa de Rocha Loures um e-mail do dono da Rodrimar enviado por um escritório de advocacia para tratar de pagamento de valores. Segundo O Globo, os investigadores resolveram aprofundar a investigação com quebra do sigilo telemático.
Já o afastamento do sigilo telefônico foi solicitado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ainda em dezembro, e autorizado por Barroso no mesmo mês. De acordo com o Globo, uma análise do celular do coronel Lima apreendido pela PF revelou 12 telefonemas entre ele e Michel Temer, mas os investigadores querem obter mais detalhes referentes aos demais investigados. A PF e a PGR aguardam a chegada dos dados para dar prosseguimento à investigação do caso.
Temer já disse à Polícia Federal que não recebeu empresários para discutir o decreto portuário e que nunca recebeu pagamentos indevidos. Os demais investigados também negam envolvimento em irregularidades. Amigo há mais de 30 anos de Temer, o coronel Lima é suspeito de intermediar repasses da Engevix e da Odebrecht para o presidente.
Rocha Loures ficou conhecido como o “deputado da mala” após ter sido flagrado em vídeo, pela Polícia Federal, carregando mala com R$ 500 mil que, segundo executivos da JBS, eram propina destinada a Temer. A acusação resultou em duas denúncias criminais contra o presidente, barradas pela Câmara.