“A política fiscal teve papel importante nesse processo, ao absorver os choques econômicos via redução temporária de nosso resultado primário. Essa política fiscal cumpriu o papel e atingiu seu limite. Agora, iniciamos uma nova fase na qual é necessário recuperar o crescimento da economia, com elevação gradual do resultado primário e redução da inflação. Para atingir estes objetivos serão necessários alguns ajustes na política econômica. Ajustes, que, apesar de seus eventuais impactos restritivos no curto prazo, são necessários para recuperar o crescimento”, discursou Barbosa.
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Este ano, a meta inicial de superávit primário [economia para pagar os juros da dívida], de R$ 80,7 bilhões, foi reduzida para R$ 10,1 bilhões em função do aumento de gastos e queda na arrecadação federal. O ministro disse também que, em paralelo às medidas de ajuste fiscal e orçamentário, trabalhará para aumentar investimento e produtividade, com destaque para a área de infraestrutura.
“Ao Programa de Aceleração do Crescimento [PAC], ao Programa Minha Casa Minha Vida e às parcerias público privadas, se somará [às atividades do Ministério do Planejamento] a coordenação do Programa de Investimento em Logística (PIL) em uma ampla agenda institucional de estímulo ao investimento de longo prazo”, disse Barbosa, que quer atrair capital privado para o setor.
Mesmo com eventual alteração do salário mínimo, Barbosa garantiu que “continuará a haver aumento real do salário mínimo”. Segundo ele, a proposta será encaminhada ao Congresso “no momento oportuno”. Para este ano, vale a regra atual, e o salário mínimo foi reajustado para R$ 788.
A ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, se emocionou em seu discurso de despedida. Ela ficou com a voz embargada ao agradecer aos companheiros de ministério e falar sobre o desafio que o cargo representa. O novo ministro foi empossado ontem (1°) pela presidenta Dilma Rousseff. Nelson Barbosa é ex-secretário Executivo do Ministério da Fazenda e participou da equipe econômica dos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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