Atualmente, o dinheiro depositado no Fundo rende 3% ao ano mais Taxa Referencial, que está em 2% no acumulado em 12 meses, abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 9,49% em 12 meses. o indicador mede a variação do custo de vida de famílias com renda de até cinco salário mínimos – realidade de boa parte dos trabalhadores.
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A principal vantagem seria o acesso dos bancos privados a uma montanha de recursos, considerada estável, que lhes permitiria investir em projetos de longo prazo, com retorno atraente. Vale ressaltar, porém, que uma eventual mudança, mesmo que apoiada pelo governo, dependeria do aval do Congresso.
Especialistas ouvidos pelo O Globo alertam, porém, que uma eventual melhora na remuneração do Fundo poderia comprometer sua missão social, uma vez que o dinheiro do FGTS é usado para financiar habitação, saneamento e infraestrutura, em geral com taxas abaixo do mercado. Se o juro para captar recursos subir, o efeito é uma alta na ponta. Outra facilidade da gestão pela Caixa é o fato de que o trabalhador não precisa abrir conta em banco diferente cada vez que muda de emprego.
Ainda não há negociação entre o setor bancário e o governo sobre eventual mudança no marco regulatório. As instituições financeiras, por outro lado, trabalha com dois possíveis modelos para substituir o atual: ou o trabalhador elegeria o banco em que deseja ter uma conta do FGTS, ou a empresa em que ele trabalha lhe daria duas a três opções, como é feito hoje com as contas-salário.
O modelo proposto não seria inovador, já que o FGTS era descentralizado até os anos de 1990, com a participação de dezenas de bancos. As instituições privadas creem que, administrando os recursos bilionários do Fundo de Garantia poderão fidelizar o cliente e, ainda, concentrar suas movimentações financeiras. Sem contar que há também uma remuneração pelo gerenciamento do FGTS. Em 2014, a Caixa recebeu R$ 4 bilhões pela prestação do serviço – quantia paga pelo próprio fundo.
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