Aos gritos de “30% já das cadeiras”, a bancada feminina fez um ato nesta quinta-feira (21) na Câmara dos Deputados pedindo que a proposta de reforma política inclua a cota de gênero para que o Congresso Nacional e os parlamentos estaduais e municipais passem a contar com, pelo menos, 30% de mulheres na composição.
Segundo a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), no ranking feito pela ONU Mulheres sobre a participação feminina na política em 188 nações, o Brasil ocupa a posição 158. “Nas Américas, só ganhamos do Haiti e de Belize. A cota não é inconstitucional. Ela vigora na maior parte dos países do mundo. O que queremos é pedir o apoio para uma causa da democracia brasileira. Temos que tirar o Brasil dessa posição vexatória. Só tem um caminho: dentro da reforma política, a gente tem que fazer o que outros países tiveram coragem de fazer”, disse a senadora.
A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, participou do ato. “Não é possível continuar convivendo com um sistema político que não reflita o protagonismo das mulheres na sociedade brasileira. Tem uma série de impedimentos para que as mulheres cheguem ao Poder Legislativo. Defendemos as cotas para as vagas das cadeiras nos parlamentos. O governo apoia a reforma política inclusiva, e as mulheres são prioridade nessa inclusão”, destacou a ministra.
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Eleonora leu uma carta do Fórum Nacional de Organismos Governamentais de Políticas para as Mulheres de apoio à bancada feminina. Segundo o texto, as mulheres representam 52% do eleitorado, mas ocupam 10% das vagas na Câmara, 16% no Senado, 11% nas assembleias legislativas e 13% nas câmaras de vereadores.
A deputada Dâmina Pereira (PMN-MG), coordenadora da bancada feminina na Câmara, ressaltou que as parlamentares tiveram uma grande vitória ontem (20) quando o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), incluiu o tema da cota de gênero na votação em plenário da reforma política a partir de terça-feira (26). “Estamos fazendo essa mobilização para corrigir a desproporcionalidade que existe nas eleições. Queremos melhorar a disputa eleitoral que é muito desigual entre homens e mulheres”, disse a deputada.