Mesmo ameaçados de expulsão e de perderem poder na legenda, os deputados do PP da Bahia devem votar contra o impeachment. Essa situação tem uma explicação: o vice governador baiano é João leão, presidente do PP estadual e pai do deputado Cacá Leão. A família Leão não está disposta a trocar o poder no estado pelo voto pró-impeachment. O mesmo acontece com Mário Negromonte Jr.
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Ele é filho do ex-deputado e ex-ministro das Cidades do primeiro governo Dilma Mário Negromonte, hoje conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios por indicação do governador Rui Costa e as bênçãos do hoje ministro Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência). João Leão aceita perder a direção do PP baiano e negocia a não expulsão do filho Cacá e de Negromonte Jr, pressionado pelo PT e pelo Planalto a votar contra o impeachment.
Também dividido como o PP em nível nacional, o Partido Social Democrata na Bahia apoia a presidente. O deputado Paulo Magalhães, por exemplo, é um dos mais fiéis escudeiros de Dilma. Vai votar contra o impeachment e tem trabalhado para conseguir atrair o voto dos indecisos.
Sobrinho do senador já falecido ACM, Magalhães comenta com amigos que nunca foi tão bem tratado como nos governos petistas, tanto na Bahia quanto em nível nacional. Os deputados Antônio Brito, Fernando Torres e José Nunes também devem apoiar a permanência de Dilma.
O mesmo fenômeno ocorre com o Partido da República. Com dissidências pró impeachment em outros estados, na Bahia o PR garante o voto pró-governo dos deputados José Rocha, José Carlos Araújo e João Carlos Bacelar já anunciaram voto contra o impeachment e permanecem na aliança estadual com o PT. O mesmo fenômeno ocorre com o PDT baiano, que dará o voto do deputado baiano Felix Mendonça Junior contra o impeachment.
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Assim como em 1992, durante a votação do impeachment do presidente Fernando Collor, a bancada de deputados da Bahia foi a que mais apoiou a permanência do ex-presidente no cargo e garantiu oito votos pela manutenção do mandato do ex-presidente. Seis deputados se ausentaram do plenário, o que contou votos a favor de Collor. Apesar da resistência baiana capitaneada pelo então governador ACM e seu filho, deputado Luiz Eduardo Magalhães, ambos já falecidos, o impeachment foi aprovado.