Numa entrevista coletiva hoje (22) à tarde em frente ao seu gabinete no Senado, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reafirmou sua defesa em face das denúncias de que o “valerioduto mineiro” abasteceu sua campanha eleitoral de 1998 com dinheiro público. Como fizera antes, o tucano disse que não houve “mensalão” em Minas Gerais – pagamento de propina a parlamentares para comprar apoio político. E também reafirmou que não tinha conhecimento do assunto e, portanto, não pode ser responsabilizado.
Hoje, o procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, denunciou Azeredo e o ministro Walfrido dos Mares Guia por peculato e lavagem de dinheiro.
O senador tucano – que já sabia que um inquérito da Polícia Federal contra ele fora entregue ao Ministério Público – chegou a dizer que desconhecia as acusações. “Eu não tenho conhecimento do teor, mas eu quero reiterar mais uma vez quer a minha vida vai continuar sendo uma vida limpa. Nunca houve mensalão em Minas Gerais. As questões relativas à campanha de 1998 foram questões que não estavam sob minha responsabilidade”, afirmou Azeredo hoje à tarde. “Nunca me beneficiei. A campanha eleitoral no estado é muito ampla em que você tem que confiar nas pessoas.”
Ele também distribuiu uma nota para reafirmar sua defesa. Segundo a PF e o Ministério Público, o publicitário Marcos Valério usou um esquema de financiamento ilegal para abastecer de dinheiro a campanha de Azeredo à reeleição ao governo de Minas em 1998. Os recursos viriam de empresas do governo do estado. Walfrido foi coordenador informal dessa campanha, segundo os investigadores.
Azeredo apelou à sua biografia para asseverar que não participou do esquema. “De maneira que todos os cargos que ocupei na minha vida foram sempre com correção”, afirmou o senador. Ele disse que o processo judicial, se for aberto pelo ministro Joaquim Barbosa, vai lhe permitir se defender das denúncias.
Ele negou qualquer possibilidade de deixar seu cargo. “Não tem nenhum motivo para isso. É uma proposta de abertura de processo. Sequer é processo ainda. Eu me sinto muito bem”, disse Azeredo, que lembrou ter recebido 4 milhões de votos na última eleição.
Contrapartida
Na nota distribuída à imprensa, o senador reclama que o inquérito da PF – integrante da denúncia da Procuradoria – foi baseado em “falsa documentação” manipulada por “adversários políticos”. Azeredo diz suspeitar que a denúncia do Ministério Público seja uma “contrapartida às questões enfrentadas pelo governo e seus aliados”. (Eduardo Militão)
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