Karina Berardo e Márcia Torres *
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Ayres Britto criticou a postura do governo em relação às reformas trabalhista e previdenciária, em discussão no Congresso Nacional. “É preciso que o governo, se a verdadeira intenção é encurtar as distâncias sociais, que fale com mais clareza e que seja mais convincente quanto a esse propósito”, defendeu o ex-ministro. Ayres Britto disse que o grau de amadurecimento institucional de um povo se mede pelo grau de respeito à Constituição. “A nossa Constituição manda encurtar as distâncias sociais (…). Então eu vejo com preocupação toda política pública, toda política oficial que não prime por essa constante redução de distâncias sociais”, ressaltou.
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Confira o vídeo abaixo:
As declarações foram dadas pelo ex-ministro em entrevista à Agência de Notícias UniCEUB. Ele participou do 9º Fórum de Liberdade de Imprensa e Democracia, da Revista Imprensa, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, em Brasília.
Insustentável
No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu as reformas que têm gerado polêmica no país e que motivaram paralisações no último dia 28. Para ele, o governo tem tentado levar informações corretas para a população. Para o ministro, se não houver reforma, situação fica “insustentável”. “No Brasil ainda temos tempo, porque nós temos acesso à informação e estamos repartindo informação com a sociedade e a imprensa está cumprindo seu papel de questionar e fazer análise independente para que dê segurança a todos”.
Para o ministro da Fazenda, o conceito de que as reformas prejudicam os mais pobre é uma “falácia”. É muito importante essa discussão, porque as pessoas de menor renda passam muito tempo trabalhando no mercado informal”. A instabilidade de registro é uma alegação para as alterações na legislação. “As pessoas têm períodos com carteira de trabalho assinada e outros períodos sem. Portanto, os mais pobres tendem a se aposentar por idade. Os 20% de menor renda se aposentam por idade, os de renda mais elevada, esses sim, se aposentam por tempo de trabalho”.
* Sob supervisão de Luiz Claudio Ferreira