A NV Participações, representante dos trabalhadores do Grupo Varig, deve comprar a Varig por R$ 1,010 bilhão (US$ 449 milhões). Essa foi a única proposta apresentada oficialmente nas duas etapas do leilão realizado há pouco no Rio de Janeiro. A Justiça, agora, terá 24 horas para analisar a oferta e decidir se é válida.
O valor representa pouco mais da metade do preço mínimo de US$ 860 milhões fixado pela Justiça para a venda da parte operacional da empresa, que inclui as linhas domésticas e internacionais.
O dinheiro, porém, será insuficiente para pagar os credores da empresa, que tem dívidas estimadas em R$ 7,9 bilhões. Como a associação de trabalhadores tem créditos a receber da empresa aérea, o grupo pretende utilizar esses recebíveis para pagar pela Varig, reduzindo o montante que sobrará para os demais credores.
O montante de R$ 1,010 bilhão é dividido em R$ 225 milhões em créditos, R$ 500 milhões em debêntures e participação no lucro da companhia e R$ 285 milhões em dinheiro.
A TAM, a Gol, a OceanAir e a Céu Azul (que representa o fundo de investimentos norte-americano Brooksfield) chegaram a se credenciar para apresentar propostas, mas não fizeram lances oficiais em nenhuma das duas etapas do leilão realizado hoje.
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Na segunda etapa, a NV Participações foi o único a apresentar propostas. Na primeira parte, ninguém se interessou pela empresa.
Responsável pelo processo de recuperação judicial da empresa, o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deveria fixar um novo preço mínimo, mas decidiu levar a empresa a leilão de novo sem estipular um piso para a compra.
A Varig está em recuperação judicial desde junho do ano passado. Ela foi a primeira grande empresa do país a se beneficiar desse processo, que substitui a concordata, já que a nova Lei de Falências foi aprovada no dia 9 de junho de 2005 e a empresa entrou com pedido no dia 17 daquele mês.
Esse instrumento de recuperação protegeu a Varig de ações movidas por credores, ajudou a empresa a continuar voando, a iniciar um processo de reestruturação e sobreviver até o leilão.
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