Um dos novos protagonistas do vazamento do chamado “dossiê anti-FHC” para a imprensa, conforme a imprensa divulgou na última quinta-feira (8), o assessor do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) André Fernandes se pôs à disposição da CPI Mista dos Cartões Corporativos para prestar depoimento. André recebeu do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes, e-mails em cujo conteúdo estava o dossiê com informações sobre gastos com cartão corporativo do governo Fernando Henrique Cardoso.
Ao anunciar a disposição de seu assessor, senador Alvaro Dias disse que o crime não está na divulgação do dossiê para a imprensa, como admitiu ter feito, e sim no vazamento das informações com caráter de sigilo institucional. “Adotei a forma mais adequada para a denúncia”, argumentou o tucano, acrescentando que a origem do “crime” foi o Palácio do Planalto.
Dias lembrou que José Aparecido certamente recebeu ordens de suas superioras imediatas – a secretária-executiva da Casa Civil e braço-direito da ministra Dilma Rousseff, Erenice Guerra, e a própria ministra – para produzir um dossiê com dados com o objetivo de intimidar a oposição na CPI dos Cartões.
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Na sexta-feira passada (9), o senador João Pedro (PT-AM) convocou entrevista coletiva para anunciar que pedirá à CPI, amanhã (13), a convocação do assessor de Alvaro Dias. Segundo o petista, o próprio Alvaro deve prestar esclarecimentos públicos sobre o fato de um de seus assessores ter trocado e-mails sobre o dossiê, de forma pouco convencional (leia).
A presidente do colegiado, Marisa Serrano (PSDB-MS), já informou que colocará em votação amanhã o requerimento de João Pedro, além dos dois apresentados pela oposição para convocar José Aparecido. (Fábio Góis)