A Assembléia Nacional de Cuba, eleita em janeiro e composta por 614 deputados, realiza hoje (24) sessão histórica em que escolherá o sucessor de Fidel Castro que permaneceu no comando da ilha durante 49 anos.
Segundo o jornal oficial, Granma, a presidente da Comissão Eleitoral Nacional, María Esther Reus, afirma que todas as condições para a transição já estão à disposição dos parlamentares.
Além do cargo de presidente, os deputados irão escolher, para os próximos cinco anos, o vice-presidente e secretário da Assembléia, o primeiro vice-presidente e outros cinco vice-presidentes. Também serão definidos os nomes dos 23 membros do Conselho de Estado.
Raul Castro, primeiro vice-presidente e no poder interinamente desde julho de 2006, quando Fidel se afastou do cargo por motivos de saúde, deve assumir o comando da ilha.
No jornal francês Le Monde, o autor de El Comandante, obra sobre a vida de Fidel, Volker Skierka, diz que Raul deverá dar seqüência ao governo do irmão, realizando, no entanto, algumas mudanças internas.
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“Aos 76 anos e com saúde frágil, Raul é hoje apenas um interno. Ele poderá, contudo, preparar o terreno [político] a fim de preservar o socialismo em Cuba, aplicando-lhe reformas para que o regime possa ter alguma chance de sobrevivência”, estimou Volker Skierka.
Na última terça-feira (19), aos 81 anos, Fidel anunciou por meio de carta publicada no Granma a aposentadoria. No texto, o revolucionário alegou mais uma vez problemas de saúde como principal motivo da renúncia.
“Sempre me preocupou, ao falar em minha saúde, evitar ilusões, que caso houver um desenlace adverso, trariam notícias traumáticas a nosso povo em meio à batalha. Prepará-lo psicológica e politicamente para minha ausência era meu primeiro dever depois de tantos anos de luta”, ressalta o ditador em trechos da carta. (Erich Decat)
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