Paulo Franco
O elevado número de candidatos que concorrem à presidência da legenda no próximo domingo (2) reflete as históricas divisões internas do Partido dos Trabalhadores. As divergências ficam ainda mais acentuadas quando vistas à luz das diversas correntes internas da sigla.
Elas se dividem por orientação política, desde as mais radicais de esquerda até as que defendem a aproximação com partidos de direita, ou por regiões, que incluem as menos expressivas em estados ou municípios, além das que têm abrangência nacional.
Confira abaixo as principais tendências do PT:
Construindo um Novo Brasil: é o antigo Campo Majoritário, que liderou o partido por muitos anos. Ao grupo é atribuída a ampliação das alianças políticas que conduziram o presidente Lula à presidência da República nas eleições de 2002. Apontada como uma das responsáveis pela crise do mensalão, a tendência perdeu força com a queda de importantes líderes, sobretudo o ex-ministro José Dirceu. Mudou de nome para tentar recuperar a imagem de unidade e tem como candidato à presidência do partido o deputado Ricardo Berzoini, que tenta a reeleição.
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Movimento PT: ligada a importantes nomes do partido, como Marta Suplicy, Maria do Rosário, Geraldo Magela e Arlindo Chinaglia. Tem o apoio de outras tendências, como “Novos rumos para o PT” e “PT de Lutas e de Massa”, do grupo de Marta em São Paulo. Tem Jilmar Tatto como candidato à presidência do partido.
PublicidadeDemocracia Socialista: nas eleições internas, está ligada à chapa Mensagem ao Partido, criado pelo ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont. Apóia o deputado José Eduardo Cardozo para a presidência da legenda. Tem base no Rio Grande do Sul e conta com aceitação entre os intelectuais paulistas, como Marilena Chauí.
O Trabalho: tendência com orientação trotskista e pouca representatividade no PT (tem apenas dois representantes no diretório nacional), acabou dividida para a eleição 2007. Seus dois principais líderes, José Carlos Miranda e Markus Sokol, tiveram divergências e seguiram caminhos diferentes para a disputa interna. Os dois disputam a presidência do partido.
Articulação de Esquerda: lançou Valter Pomar como candidato à presidência do PT e está presente em São Paulo, Santa Catarina, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Sul. Recebe apoio de deputados federais como Iran Barbosa e Iriny Lopes, além do ministro da Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin. Foi criada no começo da década de 90 como dissidência do Campo Majoritário.
PT Militante e Socialista: grupo de Mato Grosso ligado a tendências menores e mais moderadas de esquerda. Apóia Gilney Viana na disputa interna e se apresenta com um discurso de socialismo ambiental e desenvolvimento sustentável.