Artistas que se consideram difamados por vídeos de políticos e grupos na internet por terem se posicionado a favor de exposições como o Queermuseu, em Porto Alegre, e a performance “La bête”, em São Paulo vão acionar a Justiça contra seus detratores. A decisão foi tomada no apartamento da produtora cultural Paula Lavigne em reunião com cerca de 100 artistas visuais, curadores, colecionadores de arte, músicos, atores, diretores e outros profissionais da área.
De acordo com o jornal O Globo, estão na mira dos artistas o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que associou os dois eventos à promoção de pedofilia e zoofilia, o prefeito de São Paulo, João Doria, e o Movimento Brasil Livre (MBL), entre outros. Autora da tela “Cenas de interior II”, apresentada no Queermuseu, Adriana Varejão foi acusada de promover zoofilia nas redes sociais por ativistas contrários às exposições.
Leia também
Na reunião, eles também decidiram lançar uma campanha batizada de “#342 artes — Contra a censura e a difamação”, com vídeos gravados por nomes como Vik Muniz, Marisa Monte, Caetano Veloso e Cissa Guimarães. No primeiro vídeo divulgado, o curador da Queermuseu, Gaudêncio Fidélis, critica a postura do prefeito do Rio e do senador Magno Malta (PR-ES) que, segundo ele, o convocou para a CPI dos Maus-tratos contra crianças e adolescentes para “armar um circo midiático”.
“Crivella e Doria estão difamando profissionais sérios e enganando a população”, diz Paula Lavigne.”Uma funcionária minha veio me perguntar se eu ia ‘defender pedofilia’. Esse tipo de confusão vem da disseminação indiscriminada desses vídeos, que estão sendo usados por políticos para criar uma cortina de fumaça sobre os reais problemas do país. Por isso também vamos entrar com ações contra eles e contra grupos (o Movimento Brasil Livre é um deles) que usam a difamação como forma de enganar a população”, acrescentou a produtora em entrevista ao Globo.
<< Santander, caso Lüth e Jesus Cristo: a arte de atacar democraticamente
Publicidade
<< Deputados evangélicos inspecionam mostra sobre ditadura, e não encontram o que censurar