Fábio Góis
O lançamento do filme Lula, o filho do Brasil levou artistas e políticos de diversos partidos à abertura do Festival de Cinema de Brasília, realizada anteontem (17). E produziu as mais diversas reações. O vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), deixou as diferenças partidárias de lado e classificou o evento como um “momento histórico”. Segundo ele, o país tem de homenagear no cinema seus “grandes heróis”.
“Lula é, seguramente, um bom exemplo a ser seguido por tantos jovens brasileiros”, disse Paulo Octávio. “É um filme sobre um cidadão brasileiro, independentemente de partido, de ideologia, é um filme sobre o Brasil, sobre a dificuldade que muitos passam. É um evento que vai ser bom para todos os brasileiros, sem cor partidária”, acrescentou o oposicionista.
Uma das atrizes do filme, Lucélia Santos afirmou que a obra pode beneficiar a eventual candidatura de Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, em 2010. “Acho que influencia, sem dúvida nenhuma. Mas acho que depende da Constituição, não sei se isso é permitido”, ponderou. Lucélia interpreta no filme uma professora de Lula no ensino fundamental.
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No papel de Dona Lindu, a mãe do presidente, Glória Pires evitou a polêmica política. “As pessoas vão ver e vão fazer seus próprios julgamentos”, afirmou ao Congresso em Foco.
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que a narrativa transcende o embate político. “Temos de separar um pouco o que é a nossa luta política daquilo que é quase um documentário sobre a vida de uma pessoa que todos nós conhecemos”, afirmou Berzoini.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, foi pelo mesmo caminho. “Evitando correr o risco de parecer puxa-saco, a história do presidente Lula é fantástica, e o filme mostra isso com bons atores, como a Glória Pires, a Cléo Pires. O filme é bem produzido, o ator que faz o Lula imita o jeitão e a voz dele.”
Confira o que algumas personalidades que assistiram à pré-estréia disseram ao Congresso em Foco, antes e depois da exibição do longa, na abertura do Festival de Cinema de Brasília:
Os artistas
Fábio Barreto, diretor
Satisfeito? “Muito, muito. O público reagiu muito bem. Eu não tenho dúvidas sobre este filme, acredito na força dele, acredito que ele vai bem.”
Sobre a emoção de Dona Marisa com o filme: “Que bom! Agora ela vai lá falar pro Lula e o Lula vai assistir. Ele não viu ainda.”
Rui Ricardo Dias, intérprete de Lula adulto, emocionado após o filme:
“Cara, eu estou assim, na verdade… não sei nem o que dizer… Acabei de assistir ao filme, estou sob o impacto do filme. Talvez amanhã eu possa falar melhor. Mas é lindo, é um filme lindo, uma história merecida, brasileira. Estou muito feliz de poder contar, o Fábio é um grande diretor. Estou muito emocionado.”
A sucinta e sorridente Glória Pires, a Dona Lindu, mãe de Lula:
As expectativas sobre a exibição do filme: “As melhores.”
Sobre a polêmica política: “As pessoas vão ver e vão fazer seus próprios julgamentos.”
Sobre como se sente em protagonizar o longa: “Muito bem. [É] muito bom.”
Juliana Barone, atriz que interpreta Dona Marisa:
“Eu me sinto muito honrada, muito feliz de poder mostrar um pouquinho da Marisa para as pessoas que ainda não conhecem a vida, a história dela, conhecem mais a história do marido dela por razões óbvias. Eu mesma, quando fui fazer a pesquisa, descobri várias coisas da biografia dela que me tocaram muito. Por exemplo, eu não sabia que ela tinha sido viúva, perdido o marido tragicamente. Não sabia que o Lula tinha adotado o filho dela de papel passado, entre outras coisas.”
Lucélia Santos, a professora do ensino fundamental:
“Acho que o presidente Lula, desde que assumiu o governo, desde a primeira gestão, ele sempre manteve uma alta capacidade de comunicação com o povo, e ele sempre foi muito popular em todas as pesquisas. É claro que este momento é muito especial, ele tem andado com muita sorte. Agora, se o filme for bom, mais azeitona ainda na empada dele (risos), bem no popular.”
Sobre a influência do filme na sucessão presidencial, favoravelmente à candidata de Lula, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil): “Acho que influencia, sem dúvida nenhuma. Mas acho que depende da Constituição, não sei se isso é permitido.”
Sobre como se sente por participar do filme: “Sou atriz do filme, então prefiro não me manifestar.”
Antônio Pitanga, o torneiro mecânico que ensinou o ofício a Lula:
“Sinto-me cumpridor de uma profissão que realizo há 50 anos com a maior dignidade, que nasceu no Cinema Novo. O cinema brasileiro nasce exatamente na discussão da temática do povo. Se ele é presidente ou não, você coloca um projeto e conta a história de um país.”
Das áreas política e sindical:
Ricardo Berzoini, presidente do PT:
“É um filme importante por ser representativo de uma fase da vida do Lula que a maior parte do povo não conhece. O povo só conhece o Lula político – o Lula sindicalista, que aparece no fim do filme, e a vida do Lula criança e adolescente o povo não conhece.”
“Se eu fosse da oposição, assistiria sem preconceito, é um filme que vale a pena todo mundo assistir. Temos de separar um pouco o que é a nossa luta política daquilo que é quase um documentário sobre a vida de uma pessoa que todos nós conhecemos.”
José Antônio Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, ex-advogado-geral da União e do PT:
“Eu gosto muito de cinema, e é um filme sobre a história do Brasil. Vou acompanhar o filme.”
Paulo Octávio (DEM), vice-governador do DF:
“O Brasil tem de homenagear os seus grandes heróis, e são poucos os que foram retratados em cinema até agora. É importante o filme do Lula, será importante o filme do JK [Juscelino Kubistchek, ex-presidente da República], assim como serão importantes os filmes sobre as mais diversas personalidades brasileiras. Um filme bem feito, que conte uma história real, de ascensão social, de evolução, ajuda os mais jovens a buscarem os bons caminhos. Lula é, seguramente, um bom exemplo a ser seguido por tantos jovens brasileiros.”
“É um filme sobre um cidadão brasileiro, independentemente de partido, de ideologia, é um filme sobre o Brasil, sobre a dificuldade que muitos passam. É um evento que vai ser bom para todos os brasileiros, sem cor partidária.”
Sobre o teatro lotado: “É o sucesso. As pessoas vieram acima de todas as expectativas. Nunca vi uma lotação igual aqui no Teatro Nacional, há muitas autoridades, deputados, senadores, e as pessoas de Brasília que também entraram, e querem assistir ao filme pela primeira vez. É um momento histórico.”
Orlando Silva, ministro dos Esportes:
“O presidente Lula e o Brasil vivem um momento mágico. Quem sabe, com este filme, o presidente não conquiste o que falta, que é o Oscar.”
“Vai todo mundo curtir, isso é cinema. Isso não é discurso, não é palanque, isso é cinema, deve ter um quê de ficção. Isso [a posição oposicionista] é mais ansiedade de alguns, digamos assim. Eu tenho certeza de que quem vir vai curtir, porque é cinema. O Barretão [Luiz Carlos Barreto, produtor do filme] me garantiu e falou: ‘va