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Em 2010, foi derrotado ao tentar se reeleger, mas reencontrou a vitória eleitoral em outubro, ao conquistar 603.483 votos (66% dos votos válidos) na disputa contra a senadora Vanessa Grazziotin (PCboB-AM). Semana passada, após voltar ao Senado para representar o pai, Arthur Virgílio Filho (1921-1987), na devolução simbólica de mandatos dos senadores cassados pela ditadura militar, deu uma entrevista ao Congresso em Foco que deixou claras duas coisas.
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A primeira é que o ex-senador está bastante atualizado sobre as discussões de fim de ano do Congresso, temperadas por questões como royalties do petróleo, orçamento e redução das tarifas de energia. A segunda é que a política econômica do governo Dilma Rousseff se transformou no seu principal alvo de críticas – e críticas pesadas – em relação à administração federal.
Ele aponta sua mira, principalmente, para o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Qualifica como “paliativas e muitas delas nocivas” as medidas anunciadas por Manter para tentar estimular a economia. “O que vai impulsionar o crescimento econômico é termos as prefeituras trabalhando a pleno vapor, e não massacradas, e termos os governos de estados também a pleno vapor, e não restringidos”, diz Arthur Virgílio.
Mas o problema não é só Mantega. O prefeito eleito acredita que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) “perdeu um pouco o controle das coisas”. Ele analisa: “Os juros caíram, e aí? Menos de 1% de crescimento neste ano. O crédito se esgotou, o modelo está esgotado. O governo vira, mexe e remexe e não consegue impulsionar o desenvolvimento econômico”.
O ex-senador completa: “Se a presidente quer sair desse crescimento medíocre em que está enjaulado o governo dela, tem três caminhos a fazer. Um, estrutural, muito claro, é promover um novo pacto federativo ainda no governo dela. O segundo: retomar as reformas estruturais, e eu digo a ela como quem já viveu esse processo por dentro – tira votos, traz antipatias, mas alavanca o crescimento do Brasil. E o terceiro: simplesmente pegar toda essa massa de dinheiro que está entocada, enfurnada nos ministérios e liberar os recursos para prefeituras e governos de estado que tenham projetos hábeis”.
Apesar das críticas, acredita que sua relação com o Planalto será a “melhor possível”: “Numa democracia não se pune o povo, o povo elege quem quer. Em Manaus, decidiu me eleger. Creio que minha obrigação seja trabalhar e honrar os compromissos, bem como é obrigação do governo federal ajudar no meu trabalho, para que eu cumpra meus compromissos. O nome disso é republicanismo”.
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