Mário Coelho
O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi vaiado no fim da tarde desta quarta-feira (13) quando chegou para participar do primeiro evento nacional desde a revelação do mensalão pago a deputados distritais e membros do Executivo local. Ao entrar no Palácio do Itamaraty para a cerimônia de assinatura da Matriz de Responsabilidades entre os governos federal, estaduais e municipais, Arruda recebeu vaias de parte do público que estava no local.
A vaia aconteceu quando o locutor da cerimônia anunciava os nomes das autoridades que sentariam no palco montado. Segundo a Agência Estado, a plateia era composta basicamente por técnicos do governo federal, assessores de governadores e prefeitos e dirigentes esportivos que não são de Brasília. Arruda não reagiu às vaias. Continuou andando e sentou no lugar determinado pelo cerimonial do Palácio do Planalto. Ele estava junto com outros 11 governadores dos estados que receberão jogos da Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Porém, chefes de Executivos presentes evitaram ficar ao lado do governador do DF para não aparecerem junto a ele em fotografias. Das autoridades que estavam na cerimônia, Arruda foi cumprimentado somente pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Segundo o portal G1, ele se sentou lado do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT).
Desde 27 de novembro, quando foi deflagrada a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, Arruda viu-se no centro de um esquema de corrupção que atinge todas as esferas de poder do Distrito Federal. De acordo com depoimento do ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa, empresas prestadoras de serviço e do ramo de informática eram responsáveis por abastecer um esquema de propinas para o próprio governador, membros da Câmara Legislativa e até para integrantes do Ministério Público do Distrito Federal.
Ontem (12), o Superior Tribunal de Justiça (STJ), anunciou que deferiu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e quebrou os sigilos bancário e fiscal de Arruda, de secretários de Estado, deputados distritais e de empresas envolvidas no panetonegate. Em nota divulgada pela sua assessoria, Arruda afirmou que não foi notificado sobre a quebra do sigilo bancário e fiscal. Ele reafirmou que “desde o início do processo colocou à disposição da Justiça todas essas informações”.
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