Fábio Góis
A avaliação positiva do governo Lula teve queda de 10 pontos percentuais em relação ao índice de janeiro, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje (30) e referente ao mês de março. Consideram positivo o desempenho do governo 62,4% dos entrevistados, tendo sido 72,5% o índice registrado há dois meses. Trata-se da primeira queda de avaliação desde outubro de 2007, quando o governo obteve 46,5% de índice negativo, tendo sido 47,5% a marca de junho daquele ano.
Por outro lado, aumentaram o nível de avaliação negativa entre janeiro e março – passando de 5,0% para 7,6% –, e regular, que passou de 21,7% para 29,1% neste mês. O desempenho pessoal de Lula, que havia obtido taxa recorde de aprovação em janeiro (84%), também diminuiu, chegando a 76,2% em março, com 19,9% de desaprovação.
Segundo o diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, a crise financeira internacional interferiu diretamente na queda de avaliação positiva – embora tenha havido redução significativa, o percentual de aprovação é considerado alto pelo instituto. “A crise econômica não tinha ainda pegado forte [nos meses anteriores]. Em janeiro, havia estabilidade. Agora ela se intensifica, na avaliação da população”, explicou.
A pesquisa CNT/Sensus reuniu opinião de dois mil eleitores de 136 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 23 e 27 de maço. A margem de erro oscila em 3% para mais ou menos.
2010
Além das questões de praxe (aprovação/rejeição do governo e do presidente), a pesquisa aferiu também a tendência dos eleitores para as eleições presidenciais de 2010. Mesmo constitucionalmente impedido de disputar o pleito, Lula ainda lidera as intenções espontâneas de voto, com 16,2% das menções. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), vem em seguida, com 8,8% das preferências.
Outra novidade é que, pela primeira vez na série histórica da pesquisa, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT e nome escolhido por Lula para a sucessão presidencial, ultrapassa o também pré-candidato tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais, com 3,6% das citação espontâneas, contra 2,9% do político mineiro. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) aparece na quarta colocação, com 1,5% das intencões de voto.
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