A oposição decidiu, após reunião de líderes da oposição encerrada agora há pouco na presidência do PSDB no Senado, que a Desvinculação das Receitas da União será votada, em segundo turno, ainda hoje (19) em plenário. Aprovada em primeiro turno no início da madrugada da última quinta-feira (13), a DRU permite ao governo a livre utilização de 20% dos recursos vinculados ao Orçamento da União.
"Vota ainda hoje", resumiu o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), ao deixar a reunião.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), acabou de pedir em plenário a inversão da pauta da Mesa (priorizando a DRU) e a quebra de interstício, alegando que “há acordo entre os lideres”. Por meio do interstício – que determina prazo de cinco sessões ordinárias entre o primeiro e o segundo turno, além de mais três dias de discussões –, a matéria poderá ser votada, como quer o governo, antes do fim do prazo regimental.
Entretanto, os líderes oposicionistas reiteraram o que vêm dizendo durante toda esta última semana legislativa: se o governo não “cumprir a palavra”, terão longo período de “guerra” nos anos de governo que restam ao presidente Lula. "Se desta vez o governo faltar com a palavra empenhada em vários itens, ele pode se preparar para não contar conosco em mais nada", disse Virgílio. "Como dizem os nordestinos, estaremos ‘no cangote’ deles."
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Em seguida, Arthur Virgílio explicitou a razão de os líderes oposicionistas terem decidido fechar o acordo com a base aliada ao governo e votar hoje a matéria. "Temos a certeza de que, votando a DRU, vamos contribuir com o equilíbrio da economia. A DRU é um importante instrumento de estabilidade econômica", contemporizou o tucano.
Já o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), disse que não mudou seu voto em relação à matéria (ele foi um dos 18 senadores que votaram contra a desvinculação no primeiro turno). “Vou votar contra, mas nós abrimos a questão na bancada”. (Fábio Góis)