No comando do cobiçado Ministério das Cidades, o PSD decidiu liberar seus 31 deputados para votar como quiserem em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão contou com a anuência do ministro das cidades e presidente do partido, Gilberto Kassab. Segundo apuração do Estadão, dirigentes da legenda preveem que a bancada do partido no Senado, que conta com três parlamentares, também será liberada. Internamente, a liderança do partido contabiliza que até 80% da bancada na Câmara é favorável ao impeachment.
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O PP, que tem como presidente o senador Ciro Nogueira (PI), deve seguir a mesma linha do PSD e admite que não terá como segurar suas bancadas na Câmara e no Senado, principalmente após a saída do PMDB. A legenda conta com 49 deputados e pelo menos 15 se declaram a favor do impeachment. Os outros 34 aguardam definição da presidência para decidir como votar.
Ao Estadão, um interlocutor de Ciro afirmou que o governo precisa reagir para tentar segurar a base. “Só conseguimos garantir os 35 votos para o governo se for para o governo ganhar. Se for para perder não conseguimos”, alegou.
Na semana passada, parlamentares pró-impeachment do PP entregaram ao presidente do partido uma lista com assinaturas de 22 deputados e de quatro dos seis senadores da legenda pedindo a antecipação da convenção nacional da legenda, para votar o desembarque. O presidente prometeu que marcaria uma nova reunião da bancada para tratar do assunto, mas alegou que prefere esperar a decisão de outros partidos.
Por fim, o PR também deve se reunir para alinhar um discurso sobre o impeachment. Mais da metade dos 40 deputados da legenda defendem o impeachment, porém, o ministro do Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, que é do partido, disse ao Estadão que, se depender dele, a sigla “não sai do governo”. O ministro afirmou ainda que vai trabalhar para o partido ficar na base e ressaltou que o PR tem vários cargos no governo e que não seria correto abandoná-lo agora.
Correndo por fora, o PTB, que controla o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sinalizou que só tomará uma decisão sobre o impeachment depois que o deputado Jovair Arantes (GO) apresentar seu relatório na comissão do impeachment. A ideia do partido, que possui 19 deputados, é evitar suspeita sobre o trabalho do relator do impeachment, que é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Por outro lado, a maioria dos deputados já sinalizou ser pró-impeachment.
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