O deputado federal José Otávio Germano (PP-RS) foi afastado das funções que exercia no partido Progressista do Rio Grande do Sul, na comissão executiva e no diretório estadual da sigla, após se envolver em uma confusão com mulheres transexuais.
Por causa do episódio e também do envolvimento do parlamentar em duas ações da operação Lava Jato, o partido gaúcho estuda não lançar o nome de Germano nas eleições deste ano. A definição será dada em convenção em 30 de julho.
Um vídeo do último dia 22 que viralizou nas redes sociais mostra duas mulheres transexuais em frente ao prédio onde mora o parlamentar em Porto Alegre. Elas diziam estar cobrando uma suposta dívida de Germano por não ter pago um programa com elas. Também chamam o deputado de “drogado”.
A confusão terminou apenas quando policiais intermediaram a situação e levaram R$ 2,5 mil às mulheres, pagos pelo deputado.=
Em nota divulgada esta semana, a legenda afirmou que irá enviar os “fatos desabonadores” ao conselho de ética do PP nacional, para que o partido decida sobre a instalação de um processo de ético-administrativo.
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Para o PP, os fatos “atingem a dignidade da pessoa humana”.
“Ocorre que, sob nossa ótica, sobretudo à figura do homem público, é de difícil justificativa o conjunto daquelas ocorrências, as quais – sempre resguardado o direito de defesa e a prova da verdade – por ora maculam a representatividade por si exercida, bem como atingem a dignidade da pessoa humana, no que tange à vida privada do Deputado”, diz trecho da nota do PP do Rio Grande do Sul.
O partido diz que “no tocante à vida privada pouco pode fazer”, mas ressalta que membros do PP do estado estão fazendo chegar “opiniões e conselhos que possam auxiliar” o deputado a prestar informações aos amigos e familiares e que o faça “retornar à convivência normal e respeitosa tanto em sociedade como no desempenho do mandato e das atividades políticas”.
O parlamentar se manifestou sobre o ocorrido também por meio de nota. Germano disse que “lamenta profundamente o ocorrido” e se disse surpreso por não ter sido convidado a participar de reunião da Executiva estadual do partido na última terça-feira, em que a situação foi discutida.
O gaúcho disse que foi vítima de extorsão por parte de “uma mulher com quem teve um relacionamento”. Afirma, ainda, que considera “absolutamente normal” prestar esclarecimentos ao partido e ao conselho de ética da legenda.
Germano está em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados. Ele é investigado em duas ações penais da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
O parlamentar é réu por suposto recebimento de vantagem indevida por políticos do PP a partir de contratos firmados pela diretoria de Abastecimento da Petrobras entre 2006 e 2014. Em outra denúncia, ele é citado como envolvido na chamada “quadrilhão do PP”, junto com outros 11 políticos da legenda.
O Congresso em Focotentou entrar em contato com o parlamentar neste domingo (1º), mas não obteve retorno.