Segundo o chefe da Divisão de Operações do Cenipa, coronel Marcelo Moreno, os técnicos conseguiram extrair integralmente todos os sons gravados durante os 30 minutos que antecederam a queda do avião prefixo PR-SOM, pertencente ao empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono do grupo hoteleiro Emiliano e de outros empreendimentos imobiliários. Relator dos processos da Operação Lava Jato, Teori estava prestes a homologar os 77 depoimentos de delação premiada de executivos da Odebrecht que chegaram, em dezembro do ano passado, ao tribunal.
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“Felizmente, conseguimos extrair com sucesso os dados armazenados no chip de memória [do gravador de voz]. Cem por cento do que estava gravado foram extraídos; os últimos 30 minutos que antecederam o acidente”, afirmou o coronel ao acrescentar que as informações obtidas estão sendo avaliadas por uma equipe do laboratório de leitura e análise de dados de gravadores de voo (Labdata) do Cenipa. Segundo o militar, o serviço requer paciência.
“A análise é muito detalhada. Temos que transcrever todo o áudio, analisar todas as informações produzidas pela tripulação, como as vozes, além de todos os outros sons que nos permitam identificar, por exemplo, o abaixamento de um trem de pouso ou [o acionamento de] outro equipamento que nos permita corroborar com a investigação”, disse o coronel.
O equipamento foi resgatado por mergulhadores da Marinha na tarde da última sexta-feira (20). Após tratá-lo para evitar a corrosão pela água salgada do mar, os técnicos do Cenipa extraíram o áudio e, agora, passarão a analisar as informações em conjunto.
O avião caiu no mar durante uma tentativa de pouso no aeroporto de Paraty. Além de Teori e de Filgueiras, morreram no acidente o piloto Osmar Rodrigues; a massoterapeuta que trabalhava para o empresário, Maíra Panas; e a mãe dela, Maria Panas. Os destroços da aeronave foram retirados do mar na noite do último domingo (22) e entregues para a Aeronáutica, para que seja feita a investigação sobre o acidente.