A absolvição dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP) ontem à noite deu novo ânimo aos nove deputados ameaçados de cassação cujos processos serão julgados em breve pelo Plenário da Câmara e pelo Conselho de Ética. Hoje à tarde, o deputado João Magno (PT-MG) era um dos mais entusiasmados com o resultado das votações de Brant e Luizinho.
Magno, que em suas declarações sempre frisou ser inocente, afirmou que seu caso é exatamente igual ao de Brant. “No Conselho de Ética, usaram dois pesos e duas medidas comigo, principalmente o relator, deputado Jairo Carneiro (PFL-BA). Comigo usou caneta de chumbo, com Brant usou caneta de pena. Tenho confiança que o Plenário também me fará justiça”, afirmou o deputado.
O petista, cuja cassão foi recentemente recomendada pelo Conselho de Ética, é acusado de ter recebido R$ 426 mil do valerioduto.
O presidente nacional do PP, deputado Pedro Corrêa (PE), é outro que está mais esperançoso. Apontado como um dos beneficiários do dinheiro de Marcos Valério Fernandes de Souza, Corrêa disse que sempre acreditou na possibilidade de absolvição, pois o voto em plenário é secreto. “No voto secreto não há pressão sobre os deputados.”
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Esperança arquivada
Agora, o deputado José Mentor (PT-SP) também está mais otimista com os possíveis resultados de seu processo. O parecer do caso contra Mentor seria lido e votado hoje pela manhã no Conselho de Ética, mas a matéria ficou para ser analisada na próxima semana diante do clima de “ressaca moral” do colegiado.
“A votação de ontem foi um recado que a Câmara dos Deputados deu. Cada caso será julgado de forma diferente. Espero que o meu venha a ser também arquivado”, afirmou Mentor. O petista, que recebeu cerca de R$ 120 mil do valerioduto, é suspeito de ter beneficiado o Banco Rural na época em que relatou a CPI do Banestado.
Já o deputado Pedro Henry (PP-MT) está tranqüilo, já que o parecer original do relator do seu caso, Orlando Fantazzini (Psol-SP) foi derrubado pelo próprio Conselho de Ética. Fantazzini defendeu, sem sucesso, a perda de mandato de Henry, ex-líder do PP. Caberá agora ao Plenário apenas ratificar o novo parecer, do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), já aprovado no colegiado, que pede o arquivamento das acusações contra o deputado do Mato Grosso.