Às vésperas da data prevista para votar na Câmara a reforma da Previdência, uma das principais bandeiras defendida pelo presidente Michel Temer (PMDB), o governo não tem os 308 votos favoráveis à aprovação do texto. Conforme enquete feita pelo jornal Folha de S. Paulo, do universo de 513 deputados em exercício, 210 devem votar contra a proposta.
De acordo com infográfico publicado no jornal, além dos mais de 200 contrários à proposta, 107 se recusaram a responder, 45 estão indecisos, 11 são favoráveis em parte, 80 não foram encontrados para comentar a questão, 15 vão seguir fielmente o partido e apenas 42 confirmaram o voto favorável. A enquete do jornal foi realizada entre os dias 27 e 30 de novembro.
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A expectativa do governo era a de que a reforma fosse levada à votação no plenário da Câmara na próxima semana. No entanto, com a baixa adesão do apoio de parlamentares ao texto, os governistas jogaram a proposta para a segunda semana de dezembro.
Ontem (quinta-feira, 30), presidente da Câmara reconheceu que o governo está longe dos 308 votos necessários para aprovar o texto. A análise é que caso a proposta fique para 2018, a situação fique ainda pior, já que, de olho nas eleições que serão realizadas em outubro de 2018, os parlamentares acabam não querendo se comprometer com propostas impopulares.
Ainda centrando esforços pela aprovação, o presidente Michel Temer vai reunir ministros e líderes de partidos neste domingo (3) para fazer um raio-x de quem está do lado do governo na votação da reforma da Previdência na Câmara. O encontro, marcado para a tarde – ainda sem horário definido –, será na casa de Rodrigo Maia.
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Em reação ao novo texto da reforma da Previdência, a Associação Nacional dos Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), junto a outras entidades ligadas aos servidores públicos, protocolaram uma ação contra a campanha do novo texto da reforma da Previdência. A liminar que suspende a campanha foi deferida nessa quarta-feira (29), mas só foi tornada pública na tarde de ontem (quinta-feira,30). A Advocacia-Geral da União (AGU) já anunciou que apresentará “recurso cabível” assim que for notificada.
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