Observadores da cena política dão como certa a derrota da presidente Dilma Rousseff no julgamento final previsto para ser iniciado na tarde desta quarta-feira (31) – tese reforçada em sinais como o do ex-petista Cristovam Buarque (PPS-DF), que antes se dizia indeciso, mas agora parece irreversível na defesa do impeachment. Do outro lado, há nos aliados da presidente a esperança de que a velha fórmula da negociação política se imponha para reverter votos em cima da hora.
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Como este site mostrou ontem (segunda, 29), o PT ainda tentava uma última cartada: nessa reta final do julgamento, dirigentes e parlamentares petistas e membros de partidos aliados estão oferecendo espaços de poder para tentar conseguir pelo menos seis votos de senadores ainda indecisos. As tratativas envolvem as eleições municipais de outubro e a disputa geral para o Congresso, assembleias legislativas e governos estaduais – além da própria Presidência da República – de 2018.
Como tem dito há meses, Dilma repetiu ontem, em seu discurso de 45 minutos, por nove vezes a palavra “golpe” para reafirmar o entendimento de que o processo em curso é uma “farsa” política. Ao reencontrar adversários como Aécio Neves (PSDB-MG), com quem duelou nas urnas em 2014, e o senador José Aníbal (PSDB-SP), que conhece há 50 anos, reeditou uma rivalidade que, nas ruas e nas redes, insiste em dividir o país.
“Impeachment sem crime de responsabilidade é uma violação das regras do jogo”, enfatizou a presidente afastada, em mais de uma ocasião.
Senado vira tribunal para julgar Dilma; entenda o julgamento final do impeachment