No último dia 22 de maio, a abertura do Congresso Estadual do PT em São Paulo revelou um quadro de esvaziamento do apoio ao partido em seus redutos históricos, como municípios do ABC paulista. Estampando foto de um instante do evento, realizado no Sindicato dos Bancários, em que cerca de 30% das cadeiras reservadas a prefeitos e demais convidados estavam ocupadas, reportagem da revista IstoÉ informa que prefeitos de municípios em que a legenda tem tradição pensam em deixá-la de olhos nas eleições de 2016. Provável destino, diz a matéria, são siglas como o PSB.
Outrora “disputadíssimas”, diz a revista, as cadeiras reservadas a lideranças petistas “careciam de donos” durante o Congresso. A ponto de provocar a ausência do petista-mor, o ex-presidente Lula, e o espanto do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, no segundo dia do evento.
“Nem mesmo o anúncio da presença do ex-presidente Lula motivou os petistas a comparecer. Para não passar pelo constrangimento de ser visto diante de plateia tão reduzida, Lula preferiu cancelar a ida ao evento. […] ‘Nunca vi uma reunião do PT tão esvaziada quanto ontem, quando se anunciava que o Lula viria, e tão esvaziada quanto hoje, quando no passado as pessoas disputavam o crachá para estar aqui’”, diz trecho da reportagem, com a fala de Garcia.
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A publicação diz que o “sentimento antipetista” em São Paulo, somando a outros fatores, tem feito lideranças petistas no estado a planejar a debandada rumo a outras siglas, com vistas à disputa eleitoral do próximo ano. As conversas com partidos como o PSB, até há pouco tempo aliado histórico do PT, já foram iniciadas.
“Um caso emblemático é o da cidade de Hortolândia. Comandado pelo PT desde 2005, o município foi o único onde o então candidato Alexandre Padilha (PT) conseguiu superar Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo governo de São Paulo. Agora, a cidade de 212 mil habitantes figura entre aquelas em que políticos do PT, temendo o infortúnio eleitoral em 2016, ensaiam sair da sigla rumo ao PSB, seguindo o mesmo caminho trilhado pela senadora Marta Suplicy, que será oficializada na nova casa em junho. O cenário se repete nas cidades de Araçatuba, Bragança Paulista, Jaú e Itupeva”, registra a IstoÉ, em outro trecho da matéria.
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