O encontro dos petistas da corrente Campo Majoritário, a maior do PT, no município de São Roque, a 60 km de São Paulo, foi destaque nas edições deste domingo (4) dos jornais Folha de.S Paulo e O Estado de S.Paulo.
Na reunião que seria preparatória para o 3º Congresso Nacional, que será realizado entre 6 e 8 de julho, o Campo Majoritário decidiu declar guerra à idéia de "refundação" da sigla, sugerida pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro (leia mais).
Também estavam presentes o ex-ministro José Dirceu, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci.
Dirceu, segundo reportagem da Folha, utilizou o encontro para trabalhar nos bastidores pela sua anistia política, já que foi cassado pela Câmara na esteira do mensalão no final de 2005. "Mesmo sem pedir abertamente o apoio do PT, ele se defendeu com veemência em reuniões fechadas e anunciou que levará adiante o projeto", revela a reportagem.
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Além disso, o ex-ministro repetiu as críticas "à política monetária do Banco Central e fez elogios ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ao "avanço da esquerda na América Latina". Dirceu afirmou que o BC não deixa o país crescer e pregou a integração dos países latino-americanos, citou Chávez e defendeu que o Brasil não pode ficar isolado.
O grupo do PT paulista, diz a reportagem de José Alberto Bombig, capitaneado pelo deputado estadual Rui Falcão, preparou um documento com 90 tópicos em que também rebate a tese da refundação do partido. Porém, explica o texto, há críticas ao Campo Majoritário: "Precisamos construir nova maioria, diferenciada".
"O encontro termina hoje, em um luxuoso hotel fazenda. Os organizadores alugaram os 86 apartamentos, com diárias a R$ 440,00 por pessoa, mas não divulgaram quem pagará a conta", diz a Folha.
PT deve assumir anistia de Dirceu, diz Vaccarezza
Um dos principais articuladores da vitória de Arlindo Chinaglia (PT-SP) na disputa pela presidência da Câmara, o deputado federal Cândido Vaccarezza (SP) diz que "o PT não faz o que Lula manda". A declaração foi dada pelo deputado em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo publicada neste domingo (4). Segundo o deputado, o presidente da República "é o principal quadro do PT, mas o PT muitas vezes tem vontades diferentes da vontade de Lula".
Vaccarezza, diz o texto do repórter Kennedy Alencar e da colunista Eliane Cantanhêde, defende que o PT deve assumir a campanha pela anistia do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teve o mandato de deputado federal cassado em 2005. "Vaccarezza defende a indicação da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy para o ministério. Diz que ela conta com o apoio do PT nacional, e não só do paulista, e tem qualificação técnica, conduta ilibada, peso partidário e peso social.", afirma a reportagem.
Vaccarezza também defende, na entrevista ao jornal paulista, que os neolulistas do PMDB da Câmara, que apoiou Chinaglia, recebam parte da cota de cargos em poder do grupo peemedebista do Senado -que esteve com Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Leia a íntegra da entrevista:
"O PT faz aquilo que Lula manda?
O PT não faz o que Lula manda. A história do PT não é cumprir o que seus filiados mandam. Lula é o principal quadro do PT, mas o PT tem vontades muitas vezes diferentes das de Lula.
O governo de coalizão começou com um fracasso, sem conseguir apresentar candidato único na Câmara. Isso deixará máculas?
Começou com um sucesso, porque os dois candidatos do segundo turno eram da base. O que ganhou é o que tem condição de dar equilíbrio à Câmara porque é do PT e conta com o apoio do PMDB. Esse núcleo garante mais segurança política ao governo.
Chinaglia unirá a base?
A unificação da base é função do líder do governo, dos partidos da base e do próprio Lula, não do presidente da Câmara. Teremos nos próximos quatro anos a possibilidade de uma nova era no funcionamento da Câmara e do PT. O partido deve apresentar ações propositivas ao governo.
No PT, há defensores de que o núcleo do governo de coalizão seja com PSB e PC do B.
Eu defendo que o núcleo seja PT-PMDB, costurando uma grande aliança eleitoral para 2010 com PSB, PC do B e os demais partidos que apóiam Lula.
Lula tem dito que o PT deve ceder espaço aos aliados nos ministérios. O sr. concorda?
Sou favorável a aumentar o espaço dos partidos aliados, como o PMDB, mas o espaço deve ser dado a quem tem base política no partido, combinando capacidade técnica e conduta ética. Não pode ser ministro quem só tenha capacidade técnica, a não ser que vá para a cota pessoal do presidente. Acho que o PT deve ser generoso com os aliados e deve ser generoso com o PT, que está sub-representado.
O sr. se refere ao desejo do PT-SP de substituir Fernando Haddad (Educação) por Marta Suplicy?
O pleito da indicação de Marta para o ministério não é do PT paulista. É do PT nacional, talvez de todos os partidos da base aliada e de muita gente que não tem relação partidária. Seria indelicado com ministros interinos dizer que a Marta pode ocupar esta ou aquela pasta. Mas ela tem qualificação técnica, conduta ilibada, peso partidário e peso social como poucos ministros.
O sr. defende retirar cargos do PMDB do Senado em favor do grupo neogovernista?
Quem indica ministro é o presidente. Minha avaliação é que o PMDB que assumiu o apoio ao governo institucionalmente não pode estar representado por apenas um segmento do partido, o que parece ser hoje a realidade. Não sei se esse segmento é maioria dentro do PMDB.
Renan Calheiros trabalhou contra Chinaglia. A relação entre Câmara e Senado será tensa?
A tensão que poderia existir seria fruto de uma tentativa de o Senado prevalecer sobre a Câmara. Com Arlindo, esse risco não existe. O Senado não terá mais peso do que a Câmara. Aliás, o Senado, que seria representante dos Estados, não deveria ter iniciativa na proposição de leis. Isso atrasa o processo legislativo. A iniciativa na produção legislativa deveria caber à Câmara, como as questões do Orçamento. O Senado deveria votar só matérias aprovadas na Câmara.
O apoio de Serra e Aécio foi fundamental para a vit
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