O empresário Leonardo Meirelles, acusado de envolvimento no esquema de remessas ilegais para o exterior e lavagem de dinheiro destinado a pagamento de propina na Petrobras, disse nesta quinta-feira (24), em depoimento à CPI da Petrobras, que o ex-deputado André Vargas (PR) participou de todas as fases da negociação entre uma de suas empresas, o laboratório Labogen, e o Ministério da Saúde.
A empresa de Meirelles negociou o fornecimento de citrato de sildenafila, num contrato de R$ 150 milhões oficialmente tratado pelo ministério com outros dois laboratórios, o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM) e a EMS . Para a Polícia Federal, apesar de o Labogen não ter sido contratado oficialmente houve uma operação triangular com a participação das outras empresas. Além disso, segundo as investigações da Lava Jato, o Labogen é tido como uma das empresas usadas pelo doleiro Alberto Youssef para o crime de lavagem de dinheiro.
Meirelles disse que Vargas o ajudou a abrir portas no ministério, mas não pediu propina. “Vargas participou de todas as fases da negociação com o Ministério da Saúde; mas em nenhum momento ele me pediu propina”, disse.
“Onde o senhor se encontrava com ele?, perguntou o deputado Bruno Covas (PSDB-SP). “Todas as reuniões sobre o projeto da Labogen aconteceram na Câmara, no gabinete da vice-presidência”, respondeu Meirelles.
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Vargas, ex-vice-presidente da Câmara, teve o mandato cassado em 2014 depois de ter usado um jatinho alugado por Youssef e de ter sido acusado de intermediar negócios de Youssef, sócio de Meirelles, com o Ministério da Saúde.
Ele foi preso em uma investigação que não tem relação direta com desvios da Petrobras. Vargas é suspeito de envolvimento em um esquema de fraude em contratos de publicidade firmados pelo Ministério da Saúde e pela Caixa Econômica Federal (CEF).
PublicidadeCom informações da Agência Câmara