Em discurso no plenário da Câmara, o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), negou qualquer envolvimento com o esquema investigado pela Polícia Federal (PF) referente ao doleiro Alberto Youssef, preso na semana passada durante a Operação Lava-Jato. Investigação da PF mostra a troca de mensagens entre o doleiro e o deputado em que eles conversam sobre uma viagem a João Pessoa (PB).
“Eu não sabia que a aeronave [que levou Vargas e sua família a João Pessoa] tinha sido alugada. Reconheço que fui imprudente, deveria ter exigido o contrato. Peço desculpas por ter exposto minha família. Mas reafirmo que tenho orgulho de fazer política no Brasil”, disse Vargas.
Ele disse estranhar tanta polêmica em torno do uso do avião quando está sendo investigado um esquema muito maior. “Se algum equívoco cometi foi o de me fiar por uma relação de 20 anos com uma pessoa sobre a qual fui surpreendido com as notícias sobre a investigação”, disse.
A Operação Lava-Jato, que levou à prisão do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, investiga um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado R$ 10 bilhões.
Laboratório
Quanto à denúncia de que estaria intermediando interesses do laboratório Labogen Química Fina e Biotecnologia no Ministério da Saúde, Vargas disse que nunca esteve com o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério, Carlos Augusto Grabois Gadelha.
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“Nunca estive com Gadelha e nunca estive no ministério para tratar de qualquer projeto de interesse da Labogen”, afirmou.
A Labogen é uma das empresas do esquema do doleiro. “Fui procurado por empresário da minha cidade que havia apresentado uma possibilidade de parceria com o Ministério da Saúde e o orientei na forma da lei sobre o que tinha conhecimento no dia a dia. Nunca estive no Ministério da Saúde para tratar desse processo”, explicou Vargas.