Ameaçado de cassação por quebra de decoro parlamentar, o deputado André Vargas (sem partido-PR) ganhou uma sobrevida na Câmara. Estava previsto para esta quarta-feira (7) a análise de um recurso do deputado paranaense contra a decisão do Conselho de Ética de recomendar a perda do seu mandato. Porém, a apreciação acabou adiada por falta de quorum.
Pesa contra Vargas sua relação com o doleiro Alberto Youssef, que veio à tona com a Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O pedido de cassação contra o ex-petista foi aprovado pelo Conselho de Ética da Câmara em 20 de agosto. Dias depois, sua defesa entrou com um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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Sem a análise do recurso, não há como o caso ir a plenário da Câmara. O presidente da CCJ, Vicente Cândido (PT-SP), convocou uma sessão para a próxima quarta-feira (15). Mas não existem garantias que a presença de deputados na Câmara será suficiente para apreciar a questão. Vargas afirma que o processo no Conselho é irregular e que teve seu direito de defesa cerceado.
Escolhido como relator na CCJ, o deputado Sérgio Zveiter (PSD-RJ) rejeitou os argumentos do ex-petista. Para ele, tudo correu como previsto pelas regras da casa. Não é a primeira vez que a análise do recurso é adiada. No início de setembro, uma sessão da comissão foi cancelada também por falta de quorum. Às vésperas do período eleitoral, a presença de deputados na Câmara ficou abaixo do esperado.
Sem partido, Vargas não foi candidato no domingo. Sua luta agora é para evitar os oito anos de inelegibilidade gerados por uma possível cassação pelos colegas. Se conseguir evitar a votação em plenário, pode entrar em outra legenda e voltar a disputar uma eleição em 2016.
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