Fábio Góis
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, desembarcou neste sábado (23) em Porto Príncipe, capital do Haiti, para uma reunião com o presidente haitiano, René Préval, e o primeiro-ministro Jean-Max Bellerivee. O encontro ocorre no mesmo dia em que a Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou a decisão do governo haitiano em decretar o fim das buscas pelos sobreviventes de um país em escombros, e que registra milhares de mortos e feridos.
Além dos representantes do Executivo haitiano, Amorim vai se reunir com a força militar brasileira de paz naquele país, o que deve incluir visita à embaixada. Também consta da lista de compromissos um encontro com o comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah).
Uma vez cumprido o protocolo, Amorim seguirá para o Canadá para uma reunião dos países que atuam na recuperação do país caribenho, posto em ruínas depois de um terremoto originário de placas tectônicas ocorrido no último dia 12. O encontro foi proposto pelo Brasil.
A despeito do fim das buscas, equipes médicas de diversos países devem ficar no Haiti até o fim do ano. O cenário é de caos absoluto em toda a capital Porto Príncipe. Enquanto países se esforçam em enviar donativos e forças militares e de saúde ao país da América Central, o desespero da própria população por alimento e remédios provoca mais desordem, conflitos e mais mortes.
Saques a prédios destruídos e estabelecimentos comerciais diversos viraram rotina na cidade – e, quando ocorrem, não raro resultam em forte repressão policial e até assassinatos. Tanto a polícia quanto espécies de milícias locais são acusadas de linchar e matar saqueadores, em meio à indiferença de quem passa em busca de água, comida, medicamentos e abrigo.
De acordo com o Ministério do Interior do Haiti, o último registro de mortos chegou a 111.499, com 193 mil feridos e cerca de 610 mil desabrigados. A previsão é que o número de vítimas fatais ultrapasse 200 mil nas próximas contagens.