Apesar de negar reiteradas vezes à CPI dos Grampos da Câmara que não realizou escutas telefônicas na Operação Satiagraha, o ex-agente do Serviço Nacional de Informação (SNI) Francisco Ambrósio do Nascimento entrou em contradição ao afirmar que a jornalista da Folha de S. Paulo Andrea Michael não foi grampeada.
Após ser questionado pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) sobre como poderia afirmar isso, uma vez que não havia feito grampos na operação, Ambrósio explicou: “No meu conhecimento, eu afirmo que não teve grampo”.
Ambrósio, que destacou que seu trabalho na operação era meramente burocrático, explicou que o sargento da Aeronáutica Idalberto de Araújo foi procurado pela jornalista no início do mês, antes de a revista IstoÉ publicar uma reportagem que afirma que o ex-agente do SNI coordenou os grampos da Satiagraha. Andrea procurou o militar, amigo de Ambrósio, porque queria saber se seu telefone estava sendo grampeado.
A operação culminou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, acusado de coordenar uma série de crimes financeiros. Após a Operação Satiagraha, a Polícia Federal pediu a prisão da jornalista por vazamento de informação sigilosa. Em abril deste ano, uma reportagem de Andrea antecipou que Daniel Dantas estava sendo alvo de investigação da PF. O pedido de prisão da jornalista foi negado pela Justiça.
Leia também
Ambrósio também afirmou que, apesar do seu trabalho burocrático, todos os grampos dos quais tinha conhecimento na operação estavam autorizados pela Justiça.
O ex-agente do SNI ressaltou que estava fora de atividades de inteligência há mais de dez anos e que foi contratado para trabalhar na operação da PF por ter amizades que sabiam de sua necessidade de complementar renda. (Rodolfo Torres)
Atualizada às 16h46
Leia também