Concretizada a cassação do mandato, em maio, do agora ex-governador do Amazonas José Melo (Pros), os eleitores do estado voltaram às urnas neste domingo (27) e elegeram para o posto, depois de concluídas mais de 90% das apurações, o pedetista Amazonino Mendes. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), 91,41% dos votos haviam sido apurados às 19h32, quando a diferença de Amazonino em relação ao senador licenciado Eduardo Braga (PMDB), terceiro lugar nas eleições de 2014, havia chegado a 228.606 votos. Isso quer dizer que o candidato do PDT não mais perderia a disputa, uma vez que faltavam ser contabilizados, naquele instante, 201.012 votos.
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Assim, Amazonino está apto a comandar com seu vice, Bosco Saraiva, o maior estado da Amazônia até o final de 2018, depois de cinco anos afastado da vida pública. Sua última função eletiva foi como prefeito de Manaus, entre 1º de janeiro de 2009 e 1º de janeiro de 2013, quando desistiu de tentar a reeleição.
Nascido em Eirunepé, Amazonino Armando Mendes tem 77 anos e é um dos mais experientes políticos do estado – tornou-se prefeito de Manaus pela primeira vez em 1983. Um ano após do término desse mandato, em 1986, conquistou o Governo do Amazonas. Quatro anos depois, em 1990, elegeu-se senador e, em 1992, foi reconduzido no voto à Prefeitura de Manaus. Ficaria no posto por dois anos, uma vez que assumiu em 1994, pela segunda vez, a missão para governar Amazonas novamente. Reeleito em 1998, exerceu a função até 2002.
PublicidadeFoi derrotado por Serafim Corrêa (PSB), em 2004, na nova corrida à Prefeitura de Manaus. Voltou a ser vencido nas urnas em 2006, em nova tentativa para o governo, derrotado por Eduardo Braga no primeiro turno. Dois anos depois, em 2008, Amazonino voltou a tentar a Prefeitura de Manaus e obteve êxito em 2º turno. Foi quando encerrou o mandato e, na ocasião, chegou a anunciar o fim da carreira política.
Como prefeito ou governador, Amazonino foi alvo denúncias de corrupção e teve as contas de gestão sob suspeita em algumas ocasiões. Em um dos mandatos como prefeito, enfrentou a acusação de que seu vice entre 2009 e 2012, Carlos Souza, e seu irmão tinham envolvimento com o narcotráfico, além de formação de quadrilha e assassinato. Ex-deputado federal do PSD, Carlos Souza chegou a ser preso. Amazonino foi diversas vezes denunciado por desvio de dinheiro público pelo Ministério Público do Amazonas, mas sempre negou qualquer tipo de irregularidade.
Pendência de 2014
A nova eleição teve de ser realizada por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o mandato de José Melo por compra de votos no pleito de 2014, quando foi reeleito no segundo turno com 55,5% dos votos válidos. Naquela ocasião, a maioria dos ministros da corte eleitoral optou pela realização de novas eleições diretas, ainda neste semestre. A decisão contra Melo, por óbvio, estendeu-se ao seu vice-governador, Henrique de Oliveira (SD).
Ao todo, 2.338.037 eleitores estavam aptos a votar no Amazonas. Foram postas à disposição do pleito 6.668 urnas eletrônicas, dispostas em 1.508 locais de votação nas diversas seções eleitorais do estado. Em dia 6 de agosto, a apuração dos votos para o Governo do Amazonas mostrou que nenhum dos candidatos àquela ocasião obteve mais de 50% dos votos válidos, provocando a disputa em segundo turno. Amazonino Mendes havia alcançado 577.397 votos (38,77% do total), enquanto Eduardo Braga chegou a 377.680 votos (25,36%).