O nome de Aloysio foi definido na noite de ontem (30), após a constatação de que nenhuma das duas senadoras teria o apoio da base aliada. O Planalto busca ao máximo evitar confrontos com o Congresso, uma vez que depende da aprovação de medidas importantes para cumprir as promessas de recuperação da economia. O nome de Aloysio Nunes é mais aceito pelos aliados no Senado, fator determinante para a escolha. Além disso, pesou o fato de o PP de Ana Amélia, já comandar duas pastas do governo interino (Agricultura e Saúde). Já Simone Tebet pediu a Temer que não fosse indicada até o arquivamento de um processo referente ao período em que foi prefeita de Três Lagoas (MS).
Aloysio Nunes foi candidato à vice-presidência na chapa com Aécio Neves, nas eleições de 2014. É um dos principais apoiadores do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O senador é investigado por caixa-dois em inquérito cujo número não é divulgado na página do Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação foi aberta com base em depoimentos de delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, investigado na Operação Lava Jato. O tucano reconheceu ter recebido R$ 200 mil da UTC para sua campanha eleitoral ao Senado, em 2010, mas ressaltou que o dinheiro foi legalmente declarado à Justiça Eleitoral. O senador disse que não conhece o empreiteiro e que não tem nada a esconder.
No último dia 17, Temer anunciou o deputado André Moura (PSC-SE), aliado de Eduardo Cunha, como líder do governo na Câmara. O deputado é réu no Supremo Tribunal Federal, onde responde por assassinato e formação de quadrilha, e também é um dos investigados na Operação Lava Jato. André Moura disse que não se sente constrangido pela situação de réu no STF e nega quer Eduardo Cunha tenha tido influência sobre a indicação do seu nome como líder do governo.
Mais sobre legislativo em crise
Publicidade