Os líderes e dirigentes dos principais partidos políticos que apoiam o governo tentam criar uma barreira de proteção política ao presidente Michel Temer para estancar a crise política causada pela demissão do secretário do governo Geddel Vieira Lima. Ele é acusado de tráfico de influência ao pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a liberar a construção de um prédio residencial em Salvador, onde Geddel comprou um apartamento, embargado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a demissão de Geddel estanca a crise política e lamentou a saída do ministro e lamentou a saída do articulador político do governo. “O ministro Geddel foi importante na articulação para aprovar coisas importantes para o ajuste fiscal, como a emenda do limite de gastos”, disse Maia. E descartou motivos para aceitar o pedido de impeachment do presidente Temer, acusado por Calero de pressioná-lo para atender às exigências pessoais de Geddel.
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O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também saiu em defesa de Temer. “Na minha avaliação, nem de longe este episódio atinge o senhor presidente da República”, disse o parlamentar durante encontro com prefeitos eleitos pelo partido que acontece em Brasília. Aécio considerou extremamente grave a informação de que Calero, quando ainda era ministro, gravou o presidente para provar que estava sendo pressionado por Temer para atender aos interesses pessoais de Geddel.
O governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin, também tentou minimizar a crise. “Esse é um problema federal e o governo vai tentar encaminhá-lo corretamente”, disse Alckmin que também participa do encontro dos prefeitos eleitos pelo PSDB. O deputado Bruno Araújo (PE), que é ministro das Cidades, preferiu acusar o ex-ministro Calero de falta de civilidade ao gravar o presidente e os colegas que o pressionavam para liberar a obra embargada.