O deputado Alexandre Baldy (s/partido-GO) é cotado para assumir a pasta de Cidades pelo Partido Progressista. Atualmente sem filiação partidária, PP e PMDB, partido do presidente Temer, tentam atrair o deputado para suas fileiras. O ministério das Cidades ficou vago no início desta semana, na segunda-feira (13), após o deputado tucano Bruno Araújo (PSDB-PE) entregar sua carta de demissão.
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Baldy perdeu a liderança do Podemos, partido ao qual era filiado, após votar a favor de Temer na primeira denúncia contra o presidente, no início de agosto. Ele se desligou do partido na última sexta-feira (10). Além do apoio ao peemedebista, também conta a favor de Baldy o fato do goiano ser visto como um deputado discreto e com bom trânsito entre os partidos aliados. Ele é um nome próximo do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
De acordo com a Coluna do Estadão, Baldy avaliava se filiar ao PP ou ao PMDB. Contudo, ele deve oficializar a filiação ao PP ainda este mês. Ambos os partidos querem a pasta que era de Bruno Araújo. O PP é um dos partidos do Centrão que brigam por mais espaço na Esplanada.
Reforma ministerial
A reforma ministerial, que era exigida pelos partidos do Centrão, virou mais um dos problemas nas mãos de Michel Temer, que tenta reorganizar sua base para tentar aprovar a reforma da Previdência.
Após o senador e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciar que Temer faria uma reforma ministerial “ampla”, trocando 17 dos 28 ministros até meados de dezembro, o governo teve de voltar atrás para acalmar os ânimos dos aliados. Agora, o discurso é que as trocas nos ministérios serão feitas “em fases” até o prazo final para desincompatibilização de candidatos para as eleições de 2018, em abril.
A batata quente da ideia da reforma ampla também foi passada do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) para o colega de Esplanada Aloysio Nunes (Relações Exteriores). Ele afirmou, em sua conta no Twitter, que a sugestão para que Temer fizesse uma reforma ministerial sem ministros-candidatos partiu de Aloysio.
Outra possibilidade nas trocas nos ministérios, ainda que pontuais, é a vinculação da reforma ministerial à votação da reforma da Previdência, que seria usada como moeda de troca. Para garantir que a base apoie as mudanças nas regras para aposentadoria e evitar “surpresas” no voto de aliados, Temer só quer entregar os cargos após os partidos entregarem o apoio à proposta por meio dos votos.
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