A bancada do PMDB na Câmara se reunirá amanhã (9), às 15 horas, para definir qual dos dois candidatos da base do governo, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) ou Arlindo Chinaglia (PT-SP) receberá apoio na disputa pela presidência da Câmara. No entanto, a decisão não garante a totalidade dos 90 votos da bancada para o escolhido.
O deputado Wilson Santiago (PMDB-PB), líder do partido na Casa, disse à repórter Andreza Matais, da Folha Online, que uma das dificuldades será fazer com que a decisão da maioria seja acatada pelos demais. "Vamos tentar conciliar a decisão que será tomada no partido. Um dos mecanismos para isso pode ser até o voto", disse.
Santiago também disse que, se for necessário, irá incluir uma quarta questão nas perguntas que fará à bancada. "A primeira será se o partido quer ter candidato próprio à presidência da Câmara. A segunda se quer apoiar o Chinaglia. A terceira se quer apoiar o Aldo. E a quarta se a decisão tomada terá que ser seguida por todos", afirmou.
De acordo com o peemedebista, dos 90 deputados da legenda eleitos para a próxima legislatura, 84 confirmaram presença na reunião de amanhã.
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"Tenho ficado feliz com as informações que tenho do PMDB, mas vamos aguardar a reunião e a decisão", disse Chinaglia. A campanha de Aldo conta com o apoio de 17 governadores estaduais e acredita que o PMDB deve se dividir e não fechar apoio com nenhum dos candidatos da base governista.
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Chinaglia promete salário de R$ 24,5 mil a parlamentares
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do PT à presidência da Câmara, afirmou hoje (8) que, caso seja eleito, encontrará soluções para o reajuste salarial dos deputados. O candidato petista disse estar disposto a defender a equiparação dos salários dos deputados ao teto do funcionalismo público (R$ 24,5 mil), se essa for a vontade da maioria dos 513 deputados.
"Eu estou tranqüilo inclusive para defender a equiparação salarial, mas se isso for vontade da maioria. Não tenho nenhum temor, mas qual será a minha posição, a conferir. Vamos resolver isso de maneira breve. Se eu for presidente, vou resolver isso rapidamente", disse.
O parlamentar petista afirmou que vai trabalhar pela "valorização do poder Legislativo". "Às vezes há hipocrisia no debate [sobre os salário dos parlamentares]. Vou refletir como abordar, mas vou abordar esse assunto. A desvalorização do Legislativo, toda vez que aconteceu, provocou a ditadura", afirmou.
Chinaglia classificou como um "desastre" o desfecho da discussão sobre o reajuste dos deputados no final do ano passado. "Não conseguimos nem repor as perdas da inflação, foi um desastre. Eu não vou começar assim", prometeu.
Por sua vez, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos articuladores da candidatura de Chinagila, disse que a discussão sobre os salários será incluída na carta-compromisso que o petista irá encaminhar aos deputados.
"Ele vai dizer que esta discussão tem que ser tratada com seriedade. Se vai haver reposição inflacionária, equiparação ou se não vai haver nada, isso tem que ser discutido por todos", afirmou o deputado mineiro.
Sobre cargos
Chinaglia disse não ser "adequado" sugerir aos candidatos à presidência da Câmara que desistam da disputa em troca de cargos no primeiro escalão do governo federal. De acordo com o petista, somente o presidente Lula tem poderes para oferecer ministérios.
"Não é adequado cogitar que qualquer candidato vá fazer esse tipo de troca. Só o presidente pode oferecer ministérios a quem quer que seja. E isso não surgiu na conversa que tive com o presidente", declarou o petista.
Chinaglia se reúne com parlamentares aliados
O deputado Arlindo Chinaglia (SP), candidato do PT à presidência da Câmara, se reuniu hoje (8) com cerca de dez parlamentares que integram a sua campanha para avaliar a viabilidade do seu nome na disputa.
De acordo com o grupo, o apoio a Chinaglia tem crescido nos últimos dias. A equipe de Chinaglia já considera que hoje o petista tem mais votos do que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual presidente da Casa que busca a reeleição.Segundo a repórter Andreza Matais, da Folha Online, dos 53 parlamentares de Minas Gerais, 40 apoiariam Chinaglia. O grupo acredita que o PMDB deverá fechar com o petista na reunião prevista para amanhã.
A repórter também apurou que a avaliação da campanha de Chinaglia é de que os partidos irão se envolver na disputa. O que significa que as bancadas deverão seguir a orientação dos partidos.
Outra percepção do grupo do petista é de que vencerá a eleição quem tiver o apoio do governo. Conforme um interlocutor do grupo pró-Chinaglia, a decisão do presidente Lula de deixar a reforma ministerial para depois da eleição da Câmara reforça o poder do governo na disputa.
Alternativos
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), um dos coordenadores da campanha de Chinaglia, ironizou o encontro do grupo de parlamentares que busca um candidato alternativo à presidência da Câmara. O grupo, batizado de "Grupo dos 30", reuniu hoje 16 deputados de oito partidos na capital paulista.
"A reunião de hoje já mostrou que o grupo está diminuindo. Não eram 30? Daqui a pouco o grupo inteiro cabe num Fusca", disse Delgado.
O parlamentar também rebateu as críticas do grupo à candidatura de Chinaglia. "Já começou errado. Quem se propõe a fazer candidatura com ataques pessoais não vai muito longe. Dizer que Chinaglia é candidato dos sanguessugas… Não é por aí."
De acordo com o parlamentar mineiro, o grupo deveria esperar a carta que Chinaglia enviará para os deputados, pois o petista pode se comprometer com as propostas lançadas hoje. O grupo defende que o candidato alternativo se comprometa com a transparência da Câmara, atualização do regimento, limitação da edição de medidas provisórias, aprovação imediata do voto aberto e a prioridade à reforma política.
Agripino continua na briga pela presidência do Senado
O líder do PFL no Senado, senador José Agripino Maia (RN), garante que não irá desistir de sua candidatura para a presidência da Casa. Apesar do favoritismo do atual presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL), José Agripino Maia está convencido que sua candidatura é “fortíssima”. Ele pretende começar sua campanha no dia 10.
“Minha candidatura está fortíssima e não renuncio”, afirmou Agripino Maia, em férias na Europa. O pefelista acha que sua candidatura é viável, mesmo sem contar com os votos de todos os senadores oposicionistas. O PDT decidiu apoiar Renan, por exemplo.
Até entre o seu partido, ele deverá perder votos. Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Romeu Tuma (PFL-SP) confidenciaram que não pretendem votar em seu companheiro de legenda. “Não é letal para a minha candidatura não ter o apoio do PDT e existirem dissidências na base. Tenho votos em todos os partidos”, garante Agripino.