O atual presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), fez críticas veladas ao Partido dos Trabalhadores e pediu equilíbrio entre as forças que governam o país. No discurso em que defendeu sua candidatura à reeleição, ele falou sobre “lealdade”, citando seu apoio ao presidente Lula. “Minha história é de lealdade. Não poderia negar que fiz oito campanhas presidenciais [entre primeiro e segundo turno], ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.
Foi uma referência indireta ao lançamento do nome de Arlindo Chinaglia (PT-SP) pela base aliada. O deputado alegou que a Câmara é “a casa do debate, a casa do conflito, mas é também a casa da unidade”. “Creio que o Brasil democrático que estamos construindo precisa de fato da unidade, mas o Brasil também precisa do ambiente da harmonia. O Brasil e, sobretudo, esta casa precisam do equilíbrio entre forças políticas que por ventura apóiam o governo”, disse.
Leia também
Em seu quinto mandato na Câmara, Aldo lembrou que foi eleito presidente da Casa num momento de crise política no país. “Não ignorei a crise, poderia dizer que mais presidi a crise que a Casa. Vivemos momentos difíceis, a cada quarta-feira julgando cassações de mandato, casos de depredação… Em todos os momentos, esta Casa teve presidente, foi presidida por alguém que não temeu nem fugiu de suas responsabilidades”, destacou.
Aldo ressaltou a história da Câmara e de figuras que ajudaram na construção da democracia. Nesse instante, chegou a citar o deputado eleito Paulo Maluf (PP-SP). “Construímos aliança em torno do presidente Tancredo Neves, que teve grandes protagonistas, entre eles o deputado Paulo Maluf”, comentou.
Em seguida, afirmou: “Quero que o Brasil possa ter a partir dos instantes que me seguirão, após a fala do Arlindo Chinaglia e deliberação dos senhores, uma casa renovada, não apenas pelos votos, pelas urnas, mas renovada espiritualmente, nas esperanças, no sopro dos sonhos de cada um que aqui chega na tarde de hoje. O Brasil que construiu com sacrifícios seu passado e sua história, não se compara à dificuldade que nossos antepassados enfrentaram para fazer deste pais uma nação livre e democrática”.
Voltando a se referir a figuras histórias de brasileiros, ele finalizou: “Que nossos olhos se voltem para todos eles e para a esperança do povo brasileiro”. (Severino Motta)