O candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira (30) que o presidente Lula vive em um mundo diferente. Segundo ele, o petista considera a saúde pública do país um exemplo internacional, embora o sistema esteja caótico. Em sabatina promovida pelo jornal O Globo, no Rio de Janeiro, o tucano afirmou ainda que a popularidade de seu adversário não é nada sem credibilidade.
"Covas dizia: ‘popularidade varia, mas quando a credibilidade é baixa, esse é o pior problema que se pode ter’", disparou Alckmin, em referência ao ex-governador de São Paulo Mário Covas, do qual foi vice.
O presidenciável atacou o programa de governo apresentado por Lula e disse que faltam propostas. Ele também criticou a gestão petista e disse que, do ponto de vista ético, o governo teve uma "lista telefônica de corrupção".
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"Como se vai eleger um governo que, do ponto de vista ético, teve lista telefônica de corrupção. Governo que não funciona, com 34 ministérios, dinheiro jogado fora", afirmou. Alckmin disse que, se eleito, vai fortalecer o controle do governo para combater a corrupção.
Crime organizado
Para conter o crime organizado, o candidato prometeu mudanças na Lei de Execuções Penais. "A lei é muito dura com o pequenininho e fraquinha com o crime organizado. Vou mexer no Código Penal. A lavagem de dinheiro, a Lei do Colarinho Branco, tudo isso é federal", respondeu.
Em relação aos atentados promovidos por facções criminosas em São Paulo desde maio, Alckmin disse que se trata de uma manifestação política contra a sua candidatura. "Querem interferir no processo eleitoral, isso é óbvio. Apareceu eleição, a coisa recrudesce. Na Colômbia a política migrou para o crime, no Brasil o crime migra para a política", declarou.
Candidatura
Alckmin negou que sua candidatura tenha sido imposta dentro do partido e disse que estava disposto a apoiar José Serra, pré-candidato do PSDB ao Planalto, caso ele fosse escolhido. Quanto à infidelidade de tucanos do Ceará e Pernambuco, que declararam apoio a Lula, ele afirmou que "é normal cada um correr atrás do seu voto". Mas afirmou que se os correligionários se empenhassem, a campanha seria mais fácil.
"Não vou ficar choramingando na campanha. Vou falar com o povo, com a sociedade e a opinião pública. Mas é claro que se todo mundo ajudasse, iria andar mais depressa", reclamou o tucano, que aparece em média 23 pontos atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto.
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