O candidato derrotado à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, reuniu-se ontem (14), em São Paulo, com dois governadores tucanos: o governador reeleito de Minas Gerais, Aécio Neves, e a governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius. Alckmin, em sua primeira entrevista coletiva após a derrota nas urnas, cobrou rapidez nas reformas estruturais.
"Para o Brasil crescer, é fundamental a questão fiscal. Ou as reformas estruturantes ocorrem logo agora, no início do governo, ou dificilmente elas vão ocorrer", disse.
Aécio Neves concordou com a necessidade de reformas para o próximo ano e disse que a discussão de um novo pacto federativo para desconcentrar os tributos das mãos da União pesará no diálogo da oposição com o governo.
"Não podemos cair novamente na armadilha na qual fomos colocados nos últimos quatro anos", afirmou Aécio, que acusou o Executivo de convocar os governadores para discutir reformas e desistir após ter aprovadas medidas de seu interesse, como a prorrogação da CPMF e da Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Yeda Crusius declarou que o encontro serviu para começar a definir uma agenda de debate com o governo Lula e cobrou do presidente uma reforma tributária que simplifique o sistema atual. De acordo com a tucana, os gaúchos foram prejudicados diante dos programas de transferência de renda do governo federal.
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"Até pela natureza dos gastos no Nordeste, as verbas sociais de assistência substituem a participação na receita federal… antes o que se investia agora se transfere. Como o Rio Grande do Sul tem uma distribuição de renda melhor, ele é penalizado", afirmou a tucana.
"Foi um orientação do governo federal que termina em 31 de dezembro. Mas agora não é possível aceitar esse tipo de penalização como continuidade", disse Yeda.
Na ocasião, Geraldo Alckmin também defendeu uma maior aproximação do PSDB com os anseios populares. "[Tem que] amassar mais barro, comer mais poeira", disse o ex-governador paulista.
Aécio repetiu a crítica de que os tucanos têm de se revitalizar. "O resultado fraco não foi do Geraldo… Perdemos nós do PSDB, porque não conseguimos construir uma identidade com os problemas daquela região, não conseguimos falar à alma daquelas pessoas, como de outras regiões do país também."
O governador mineiro afirmou que Alckmin é hoje a principal liderança do PSDB devido ao saldo de quase 40 milhões de votos após as eleições presidenciais e que o candidato derrotado à Presidência terá papel central em um "novo PSDB que sairá do debate com a sociedade".
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