Trecho da delação premiada do doleiro Alberto Youssef aponta que o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) por transações suspeitas entre o BTG e a BR Distribuidora. A informação foi revelada pela revista Época deste sábado.
Pelo depoimento de Youssef, o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) esteve envolvido na negociação. Ele teria recebido, conforme a Época, cerca de R$ 3 milhões em propina. O senador, no entanto, nega qualquer relação com o BTG ou o grupo de Alberto Youssef.
Segundo a revista, Esteves foi sócio do empresário Carlos Santiago na empresa Derivados do Brasil, a DVRB, a partir do ano de 2008. Em seguida, a DVRB, uma rede que tinha 118 postos em Minas Gerais e São Paulo, recebeu propina da BR Distribuidora para passar a fornecer produtos da Petrobras. No depoimento, Youssef afirma que a BR Distribuidora pagou R$ 300 milhões na negociação. Outras fontes, conforme a revista, falam que o acordo girou em torno de R$ 122 milhões.
Ainda conforme a publicação, essa negociação tinha o intuito de tirar a DVRB do prejuízo, uma reclamação constante tanto do banqueiro quanto de Santiago. A negociação entre o DVRB e a BR Distribuidora também teve como um dos emissários Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-diretor da BR Distribuidora indicado por Collor. Conforme Youssef, Ramos foi o responsável pelo pagamento da propina ao Senador. As declarações de Youssef ocorreram no dia 4 de novembro do ano passado.
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