O pré-candidato do PSDB à presidência da República, senador Aécio Neves (MG), subiu à tribuna do Senado, na tarde desta quarta-feira (19), para cobrar explicações da presidente Dilma Rousseff sobre a compra de uma refinaria norte-americana pela Petrobrás. À época, Dilma era ministra da Casa-civil e apoiou a aquisição, que representou perdas para a estatal tempos depois.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, a presidente, que também era do Conselho Administrativo da Petrobrás, em 2006, ano do negócio. A Petrobras comprou 50% da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Depois o governo brasileiro foi obrigado a ficar com 100% da refinaria, que antes era dividida com a Bélgica. A compra é investigada pela Polícia Federal, Ministério Público da União, Tribunal de Contas da União e Congresso Nacional por suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas.
Na tribuna do Senado, Aécio Neves aproveitou a denúncia para criticar a gestão petistas e disse que a presidente é obrigada a explicar o prejuízo. “Venho hoje a essa tribuna cobrar do governo federal explicações”, declarou o senador.
Documentos inéditos aos quais o Estado de S.Paulo teve acesso, mostram que Dilma foi favorável à compra da refinaria por US$ 360 milhões quando um ano antes a refinaria fora adquirida por outra empresa por US$ 42,5 milhões. Em nota emitida pelo Palácio Planalto, Dilma justifica que foi a favor da compra por se basear em informações incompletas e de um parecer “falho”.
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Aécio afirmou que, apesar de considerar o documento “falho”, o autor do parecer, Nestor Cerveró, não recebeu nenhuma punição da Petrobras ou do governo, pelo que se sabe. Ao contrário, disse o senador, Cerveró foi “promovido” a diretor financeiro da BR Distribuidora, braço de abastecimento de combustível da estatal. Ele argumentou ainda que, pela lei das sociedades anônimas, a responsabilidade não pode ser atribuída ao autor de um parecer, mas aos conselheiros da Petrobrás, inclusive Dilma.
Para responder as declarações de Aécio neves no Senado, o Planalto escalou a ex-ministra e atual senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que rebateu o tucano dizendo que suas declarações são oportunistas. “A imprensa já havia noticiado este mesmo fato. Não me recordo de manifestação do senhor com veemência a época”, disse a senadora.
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